Auspararraio...
Contara-me um amigo...
De certas feitas de um homem mineiro, que morava pras bandas de Goiás. Entre outras, resolveu numa viagem visitar os parente que moravam em São Paulo.
-Maria, ruma os trem, essa semana ponho nossa Brasília da volkswagen pra revisar. Vamos toma rumo nas estradas, tu não quis sempre ir pra São Paulo. Então Maria, agora vamos viaja.
Dna. Maria Bolachinha, dessas “andadeiras” era disposta a tudo. Brava, ciumenta, dessas mulheres baixinhas, bem nutridas, mas não dispensava as andanças do marido. Disposta a ir onde quer que fosse, mas ia!
Carro preparado, abastecido tomaram rumo a São Paulo, cheio de prosa, lá vai os dois... Jusmiro Fandango e Maria Bolachinha. Pelas tantas, já quase noite param num desses porto de abastecimento, pra dar um descanso no corpo. Aproveitaram o tempo parado, trocaram um dedo de prosa com balconista, indagaram da distância e rumaram estrada afora. Pelos quase 120km rodado, Jusmiro mantinha um ritmo lento, sua Brasília não passa dos 80 quando ouviu um chiado e indago a companheira.
- Maria, ta escutando?
-Tô não Jusmiro, cê ta correndo de mais!
- Maria, presta tensão no barui, ta chiando...
- Cê besta Jusmiro, acha que tô surda?
Desses motoristas que gruda no volante, não acelera, não dá estrada e nem olha pelos retrovisores, só se ouvia o urrado do motor da Brasília do Justino, e Maria grudava "à unha seca" o guardimão da porta do carro. Quando chiou alto, Jusmiro assustou e juntou o pé no freio e gritou:
- Segura muié, a condução furou o pneu!
Naquela parada brusca, o caminhão que vinha atrás não teve como desviar. Foi fatal. Era noite, a Brasília saiu rasgando chão afora. Nas cambalhotas, viam-se só os brilhos das partes cromadas do carro, o resto ficou lusco-fusco.
Quando o desarranjo parou, Jusmiro ainda meio zonzo procurava entender aquela furada brusca de pneu, que pra ele, fora tão de repente! Meio sem saber onde tava começou a grita pela companheira:
- Maria, oh! Maria.
Cadê ocê troço, cê morreu?
- Murri não trem, cê é ruim de mais pra guiá, não sai cocê mais não!
- Oh! Maria, cadê ocê ?
Cê é ruim mesmo Maria, parece “auspararráio” num morre!
Tô te vendo não muié!
- Tô aqui diacho...
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Isso é verídico!!!