Cinco
Às vezes quando nos distraímos, o inesperado surge e resolve reinar. É estranha a familiaridade repentina que vocês agora me passam. Logo vocês que não passavam da dupla dinâmica de meninas prodígios que colecionam as melhores notas sem precisar se esforçar e do menino com chapéus excêntricos na cabeça e comentários articulados em sala de aula. Observava as qualidades de vocês a distância com o meu pseudo ar de indiferença. Era tudo muito harmônico para ser penetrado pela minha presença escondida nas laterais da sala de aula.
Vocês agora têm nome e significado. Surgiram aos 43 do segundo tempo e pela terceira vez nesses quatro anos, vi mãos estendidas, dispostas a me ajudar. No pacote trouxeram uma linda bailarina, cheia de vida e como se não bastasse o talento com os pés, ela também se sobressai com desenvoltura no ofício com as mãos. A partir deste momento, vi que a caixinha de surpresas não fecharia nunca mais.
E foram viagens, sorrisos, abraços, estudos às 07:00 e até mesmo às 22:00 de domingo na biblioteca, mais sorrisos, fotos, textos bonitos. Sentimentos.
Ontem, dia vinte julho de dois mil e dez, éramos cinco compartilhando a mesma felicidade. Primeira pessoa do plural. E neste noite pós dia do amigo, brindo ao improvável.