Indiferenças

A indiferença e suas conseqüências... bravias e incômodas são as coisas que nos separam de tudo o que puro e sensato. Pra quê escolher caminhos simpáticos e alegres e se um mundo de agonias nos espera? Deixar livre o sentimento e apostar a sorte com o destino é muito mais bacana do que planejar atos, sentimentos e promulgar em nossas vidas um mundo de planos eximiamente bem traçados. Pra quê perder a cabeça e duvidar de nossas decisões se estruturar a vida é muito mais simples. (nada de ironia) (putz! Como sou irônico) Gosto de ter opções na vida, há quem pense que isso é ser volátil, e inconstante. Serei? Que eu seja, mas e daí? O que é a vida senão um abarrotamento de inconstâncias. Só me moldei a este princípio: ser inconstante como a vida é. Não me culpem, não me condenem, sou só mais um entre milhões. Agora, estou batalhando pra adquirir mais uma arma pra enfrentar a vida. Tenho de ser indiferente, como algumas pessoas me são, como algumas circunstâncias da vida se apresentam a mim. Não dá pra aceitar tudo na e da vida, mas se não é assim, a gente se decepciona se magoa. Em outro texto escrevi sobre manter a expectativa baixa ser o segredo da felicidade e fui condenado até pelo autor da frase (né, Gui). Até me chamaram de pessimista e dramático. Pois então o que é preciso fazer e ser? Mudei meus parâmetros de pensamento e hoje acho que ser indiferente seja uma máxima e que talvez, só talvez, assim possa desfrutar de um pouco de felicidade (que também é outra coisa muito subjetiva). Então estou desenvolvendo uma maneira (muito tosca e deturpada) de se viver “outside” dos sentimentos. Sei que não é nada original, nem tampouco um ensinamento místico, é só uma forma que uso (bem mal) pra mim mesmo. Aprender (porque ainda tento e quase nunca consigo) a ser indiferente será uma missão e não quer dizer também que eu vá agir assim o tempo todo. Mas claramente, pra seguir meus objetivos, terei que me anular, sentimentalmente falando, para os outros (externos a mim), o que não deixa de ser uma verdade já concreta, afinal só ouvir o que os outros têm a dizer não é bem ser uma troca entre amigos. “Bastei-me de mim mesmo” e agora me preocupo em alcançar um lugar onde, quem não me quis não mais me terá e quem irá me querer não será querido por mim. Deixo uma vida comum de “troca” a passo a barganhar pela minha atenção. Não muda o fato de quem me ouve continuar a ser ouvido por mim. Muda o fato de que não troco mais meus afazeres por prazeres. Quer falar comigo? Me procura! Se eu tiver um tempo eu te escuto, pois agora sou indiferente.

Pedro HD Delavia
Enviado por Pedro HD Delavia em 14/07/2010
Código do texto: T2378150
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