As coisas que eu odeio, parte I
São tantas as coisas que eu quero falar e comentar, que não há um espaço reservado em minha tão conturbada mente responsável pela a organização do que precisa ser dito. Acabei de chegar em casa e dentro do ônibus vim pensando (e olha que isso ocupa todo meu raciocínio) o que ia escrever quando chegasse, queria que desta vez fosse algo planejado e não cuspido como tem sido. Então pensei, pensei e por fim concluí: quero falar tudo o que eu penso e o que eu acho que deva ser dito (é a minha opinião, lembrem-se disso). Nesse pensamento todo fiquei mastigando as coisas que eu gosto e as coisas que eu não gosto. Gosto de escrever, e pensei: posso começar falando disso. Mas daí percebi que a lista de coisas que eu não gosto é imensamente maior do que a de coisas que eu gosto. Fechei comigo mesmo. Desci do ônibus desesperado e cheguei ligando o computador. Cumprimentei meus cães e fui abrindo o Word. Taquei o título acima e fui logo acrescentando “parte I” porque são tantas as coisas que eu odeio que em um único texto não caberiam. Só agora que estou escrevendo, neste exato segundo, já marco um ponto em: odeio o escarcéu que meus cães fazem quando preciso me concentrar. Mentira! Odeio o escarcéu que eles fazem a qualquer hora e em qualquer circunstância. Sério, tirando o fato de que eles são os seres mais preciosos que me dedico, não suporto a latição destes. Sempre me perguntei: Se a gente sabe falar e gritar e sussurrar, por que é que eles não podem aprender a latir em distintos níveis de decibéis? Podiam assim fazer o seus aus aus aus, em tom de conversa: “au au au au au (ta ouvindo o povo passando lá fora?) au au au au au (estou, o que a gente faz?) au au au au au (agora nada, papai ta em casa escrevendo) au (legal)” Já até imaginei, com certeza eu os amaria ainda mais.
Ser interrompido ao produzir (fazer o que me der na telha, isso inclui fazer nada e porra nenhuma). Só agora digitando essas linhas o Rafael (o Souza. Ta que ta aparecendo por aqui, hein Tigrão?!) (putz, tigrão ficou gay) já me ligou falando que não haverá aula amanhã cedo pois a faculdade será dedetizada (acrescentar “faculdade sendo dedetizada” na lista de coisas que eu odeio). Beleza, poupou-me o trabalho de ir lá em vão. Isso passa. Daí, vem meu gato (que estava dando um rolé lá fora) e começa a miar pedindo pra entrar. Paro de escrever de novo pra ele entrar...mas falando assim, fica parecendo que eu não os amo. E outra, isso é muito pouco perto do tanto de outras coisas que eu odeio (logo chego nas novelas, a Globo, os emos, as lésbicas e etc.) (MENTIRA!!! As lésbicas eu adoro)
Acordar cedo (já ouço a ovação dos preguiçosos de plantão). Acordar cedo é tão desgraçado que vou deixa pra escrever isso num dia que eu acordar cedo pra poder escrever inspirado.
Dormir tarde! Parece idiotice um cara que não gosta de levantar cedo odiar dormir tarde. Mas pensem comigo, eu sempre (quase) tenho que levantar cedo (parece até uma maldição) logo; dormir cedo é a continuação do meu inferno. O pior é que eu sempre sobro nessa. São raros os dias que eu consigo pegar no sono antes da uma da manha (varia entre uma e duas, mas se estende às vezes até as cinco ou seis).
Odeio “você”, Ser incógnito, que preferiu ser anônimo neste texto, mas que me disse: “o bom escritor deixa características de quem se refere sem identificá-lo”. (Aqui vão suas características, fresco: mais magro do que uma moça e mais fumante do que o “Canceroso” [ta, ta... quase tão fumante quanto este]) Isso tudo só porque ele acabou de me interromper por mais de dez minutos, agora mesmo pelo telefone (mentira, você até que é bacana, Dalton. Oh, ops... foi mal, quis dizer, anônimo).
Isso me faz acrescentar uma coisa: odeio o telefone, seja ele fixo, móvel, por satélite, por sinal de fumaça o que for. Sei que preciso dessa merda (vale neste caso citar uma pessoa loira de olhos verdes, certo?!), mas se não precisasse (eu sei que eu não preciso) não o teria, nenhum deles. Não existe forma mais eficiente do que esta pra poder azucrinar a vida de uma pessoa. (nota mental: planejar minha ausência na sociedade com mais urgência).
Odeio quando a página do Word termina e eu ainda não acabei de dizer o que eu queria (neste caso é porque eu não gosto de me alongar por mais de uma página para que meus textos não se tornem chatos de serem lidos) e assim já estou invadindo a segunda página. Estou ficando tão neurótico com os meus ódios que acabo me irritando. Pronto ta aí mais uma coisa que me enfurece: eu (me odeio)...
Continua...