Traição
Oh!!! Que assunto mais cabuloso, não? Não! Não creio. Não, não sou um traidor. Se você me pedisse pra eu guardar um segredo eu com certeza o faria. Viu! Não sou um traidor. Mas o que diabos vocês pensam ser a traição? A meu ver, traição seria alguém fazer algo de muito horrível contra mim, algo irreparável. Então, pergunto-lhes: ficar com alguém além de quem você ama é uma traição? Pular a cerca no casamento é uma traição? Seu amigo matar a sua mãe só por diversão é traição? Se você respondeu sim para as duas primeiras perguntas e não para a última, precisa de um psiquiatra urgentemente (acredite, isso não é normal). Se você respondeu sim somente para a última pergunta, parabéns, você pensa como eu e sabe que o mais importante é manter a mãe viva a todo o custo (chifre não existe, é coisa que põe na sua cabeça). Agora se você respondeu sim para todas as três perguntas, não é que você esteja errado, apenas não saiu do sistema e pensa como todas as outras pessoas, sempre agindo da forma que foi programado pra agir.
Recapitulando: traição não é um crime. Não a traição no sentido de fidelidade (poderia ter usado a palavra “fidelidade” ou seu oposto como título, mas não explicaria a gravidade da situação). Veja bem, trair a pessoa amada ou quem quer que você esteja tendo um relacionamento não é, e não pode ser considerado uma traição. Infidelidade até que pode ser, mas...
Isso me fez pensar que eu tenho que primeiro explicar a infidelidade. Você está gostando de uma pessoa e decide que vai estipular um vínculo afetivo com ela. O que você faz? Geralmente, pede-se essa pessoa em namoro (ou não, vai saber). Pois bem, está estabelecido o acordo. Pera, pera, pera... não é bem assim. Alguém aí, por um acaso, perguntou a ambas as partes o que elas entendem por relacionamento? Se você perdeu alguém, justamente por este motivo, está aí algo que deve tomar mais cuidado daqui por diante. Prosseguindo, estabelecida as clausulas, pode-se continuar o relacionamento sem se preocupar com nada, certo? Errado! A fidelidade, não é uma causa natural do ser humano, se assim o fosse, não sentiríamos a menor ponta de curiosidade por nenhuma outra pessoa sequer. Não adianta ficarem me julgando quanto a isso, não usem o moralismo a seu favor, todo mundo sabe que todos nós sentimos desejos por outras pessoas (até o papa). Fidelidade é uma causa contratual, os envolvidos na questão, concordam mutuamente (ou não) a serem fiéis um ao outro. Todos sabemos que nem sempre isso acontece (é mais fácil dizer que, quase sempre isso acontece). Mas por que, de repente, alguém que amava muito o seu parceiro (a) decide ficar com um outro alguém? A maldição caiu sobre sua vida?! O demônio tomou a sua alma?! Ele (a) não amava mais aquela pessoa?! (isso até acontece) O mundo está perdido?! Nãããããããooooooo, pelamordeDeus, não! Quem foi infiel, primeiro devia se perguntar “sou culpado disso?” Resposta: É. Pergunta: “é um crime ou um pecado?” Resposta: Não (se você for de alguma comunidade conservadora ou de alguma religião radical, já era, estará condenado aos infernos). Relaxem, se vocês pensam como eu (até onde eu sei, só eu penso assim. Estou só... já acostumei) vão saber que tudo não passa de uma “pegadinha do malandro”, de um “teste de fidelidade do João Cleber”, vão se tocar e perceber que quem institui a infidelidade somos nós mesmos. Se você tem a consciência inquieta com a infidelidade, então seja fiel. Se você não se importa, e pensa que tudo foi a Sociedade/Igreja quem criou, não se incomode de ser infiel. Vou amenizar o meu lado, veja bem, se vocês se amam, se querem ser somente um do outro, respeitem o contrato, mas saibam que terão que suportar muitas tentações pra conseguirem isso (e não é tentação do capeta, deixa o chifrudo de fora dessa). E lembrem-se, o amor de verdade a tudo perdoa (putz! Falar de amor é uma outra tarefa, mas vou encarar essa depois). Aceitem a realidade, não temos o controle de muitas das coisas de nossa vida (se tivéssemos, nem sequer veríamos outra pessoa passar por nós), o desejo pode ser controlado, não extinto. Quer ser fiel, seja. Mas não venha chorar horrores por ter sido traído (a) ou ter traído. E vê se não mata ninguém. Matar quem você diz que ama (ou o/a amante) não é sinal de inteligência ou honra, isso sim é a traição. Aceite o que aconteceu com você, absorva a experiência e bola pra frente. Somos humanos, passíveis de erros. Que atire o primeiro “ego” aquele que nunca errou!
A tragédia do parágrafo acima me trouxe de volta onde eu queria chegar. Traição! Imponente nome de emprego errôneo. Resuminho básico: trair = erro (ou não, depende do pensante); matar por ter sido chifrado = traição (só os frouxos matam, os “machos” convivem com isso, aceitam as infelicidades da vida); não perdoar = é não saber o significado da palavra amor. Bom, se estão achando tudo um absurdo, cumpri o meu objetivo: chocar as pessoas. Estão me odiando? Para de ler, me deleta da lista dos favoritos, estuda um pouco mais o que eu disse (outra hora, agora não, você deve estar em estado de choque), reflita sobre a vida e pinte uma bela paisagem. Sem mais delongas, o que eu queria dizer é, quem foi o maldito filho da $%#@ que elegeu a infidelidade como traição? Se você destrói a vida de alguém com a sua possessão ou com seu ciúme, você é um traidor. Se você foi infiel é porque errou, ou porque descontou, ou porque não esclareceu bem as suas regras, ou esclareceu e o foda-se vai então para quem te ouviu e mesmo assim te quis. Ou, agora acorda e vai viver a vida real, onde ser traído e trair é uma possibilidade e não o fim do mundo. Para de chorar a perda e conquiste uma nova vitória. Enxugue as lágrimas, cresça e se levante. E me ouça, com muita atenção e com os dois ouvidos: ISSO NÃO É NEM DE LONGE A PIOR COISA QUE TE ACONTECEU! PARA COM ESSA MERDA, CHIFRE NÃO É TRAGÉDIA! IFIDELIDADE NÃO É TAIÇÃO!
Esse foi o meu desabafo para com a falsa moralidade de pessoas que julgam as outras sem olharem para o próprio rabo. Não, não estou falando de você em específico (olha a pretensão). Cansei de ficar sendo mal tratado e julgado pelo que eu penso. E não sou inexperiente no assunto pra falar sobre ele, já fui infiel (não é traição) e já foram infiéis comigo (e olha que só estou falando das que eu sei). Já reagi mal a tudo isso (não matei ninguém, eu juro), já chorei muito, já pouco me lixei pra isso. O que importa é saber aceitar. Tenha a decência de aceitar o que lhe aconteceu e saiba tomar a decisão correta. Gosta da pessoa? Fica com ela (se ela quiser ficar com você e estiver arrependida. Ou não, depende de você). Não gosta da pessoa? Não fica com ela (não mate, isso não é legal). Ficou com raivinha, não aceitou? Desconta, chora, mas não enche o meu saco. Desculpem novamente se ofendi direta ou indiretamente alguém, não foi o meu objetivo (ou não), só queria tirar esse peso de cima de minhas costas.
Ah! Isso tudo não quer dizer que eu não saiba ficar com quem eu ame, pode ser que um dia eu pense tudo ao contrário e aceite a me firmar em um destes contratos... (ou não...)