O LAZER
A praça Dionísio Rocha de Lucena era o lugar de divertimento para a juventude brejosantense.
Independente de cor e situação social, todos para lá se dirigiam à noite para o seu lazer. Contudo, havia divisões estabelecidas pela própria sociedade. A primeira parte da mesma que ficava entre a Av. Duque de Caxias (atual Manoel Inácio de Lucena) e a rua José Matias Sam-paio era denominada popularmente de “a praça dos negros”. Ali passeavam não propriamente os de cor negra, mas todas as empregadas domésticas (mesmo loiras), trabalhadores(as) braçais, a plebe, enfim. O restante dela era destinado aos brancos; ficando os que preferiam sossego para um namoro mais reservado na parte terminal, que compreendia o trecho entre a rua 26 de Agosto e a rodagem. Era ali menos movi- mentado pelos jovens, porém, às vezes tumultuado pelas brincadeiras de uribusca e de bicheira das crianças.A par-te central, localizada entre as ruas José Matias Sampaio e a 26 de Agosto, era o lugar preferido para aqueles que que-riam passear e flertar. Era muito divertido ficar dando voltas seguidas passando sempre pelo broto com quem está- vamos flertando, enquanto ouvíamos as músicas que a ampli- ficadora lançava ao ar para nos alegrar ou entristecer, de acordo com o conteúdo da mesma ou a situação que elas nos faziam recordar. Mascando chicletes, chupando bombons ou comendo pipocas e amendoins fazíamos o nosso ritual sem nos cansarmos.
Todas bem vestidas, com tecidos da última moda, so-bre saltos bem finos encantavam os paqueras de cabelos bem cuidados, penteados com brilhantina, vestidos impecavelmen-te.As elegantes garotas com olhares inocentes, porém insi-nuantes, enlevavam os garotos que lhes deixavam as faces enrubescidas pelos galanteios.
Ao lado das músicas lentas e românicas do trio Ira-ktan estavam as agitadas da jovem guarda como O Calhambe-que, Splish Splash de Roberto Carlos, o rock, o twist, o iê, iê, iê que tanto nos alegravam, quer na praça quer nos bailes e tertúlias.
Aos domingos, após a missa das nove horas da ma-nhã, todos os jovens se dirigiam para a praça e ali fica-vam até o meio dia, passeando, ouvindo música, batendo pa-po, flertando e namorando. Era muito gostoso e ninguém se incomodava se o sol estivesse quente. Cada um procurava a-brigar-se à sombra das árvores.
O passeio da praça, quer à noite quer pela manhã, foi sempre um programa muito especial para os jovens da minha geração.
Uma outra opção de lazer na nossa cidade era o te-atro.Algumas pessoas da nossa comunidade reuniam-se e jun-tas ensaiavam as peças que seriam apresentadas ao público, para o seu entretenimento e assim contribuíam para o seu crescimento cultural. Muitas obras de escritores famosos foram transformadas em peças teatrais e levadas ao povo no palco do Círculo Operário São José. Tivemos como artistas do Teatro de Amadores São José entre tantos outros: Louren-ço Gomes, Valmir Alves, Bernadete Silva.A Escola Pe. Abath também colaborou com o teatro da nossa terra, tendo como artistas os próprios alunos, dirigidos pelo professor Macê-do.
O lazer é algo necessário ao ser humano. E na ju-ventude ele é indispensável e deve ser sadio pois é um dos elementos formadores da personalidade do jovem.
A praça Dionísio Rocha de Lucena era o lugar de divertimento para a juventude brejosantense.
Independente de cor e situação social, todos para lá se dirigiam à noite para o seu lazer. Contudo, havia divisões estabelecidas pela própria sociedade. A primeira parte da mesma que ficava entre a Av. Duque de Caxias (atual Manoel Inácio de Lucena) e a rua José Matias Sam-paio era denominada popularmente de “a praça dos negros”. Ali passeavam não propriamente os de cor negra, mas todas as empregadas domésticas (mesmo loiras), trabalhadores(as) braçais, a plebe, enfim. O restante dela era destinado aos brancos; ficando os que preferiam sossego para um namoro mais reservado na parte terminal, que compreendia o trecho entre a rua 26 de Agosto e a rodagem. Era ali menos movi- mentado pelos jovens, porém, às vezes tumultuado pelas brincadeiras de uribusca e de bicheira das crianças.A par-te central, localizada entre as ruas José Matias Sampaio e a 26 de Agosto, era o lugar preferido para aqueles que que-riam passear e flertar. Era muito divertido ficar dando voltas seguidas passando sempre pelo broto com quem está- vamos flertando, enquanto ouvíamos as músicas que a ampli- ficadora lançava ao ar para nos alegrar ou entristecer, de acordo com o conteúdo da mesma ou a situação que elas nos faziam recordar. Mascando chicletes, chupando bombons ou comendo pipocas e amendoins fazíamos o nosso ritual sem nos cansarmos.
Todas bem vestidas, com tecidos da última moda, so-bre saltos bem finos encantavam os paqueras de cabelos bem cuidados, penteados com brilhantina, vestidos impecavelmen-te.As elegantes garotas com olhares inocentes, porém insi-nuantes, enlevavam os garotos que lhes deixavam as faces enrubescidas pelos galanteios.
Ao lado das músicas lentas e românicas do trio Ira-ktan estavam as agitadas da jovem guarda como O Calhambe-que, Splish Splash de Roberto Carlos, o rock, o twist, o iê, iê, iê que tanto nos alegravam, quer na praça quer nos bailes e tertúlias.
Aos domingos, após a missa das nove horas da ma-nhã, todos os jovens se dirigiam para a praça e ali fica-vam até o meio dia, passeando, ouvindo música, batendo pa-po, flertando e namorando. Era muito gostoso e ninguém se incomodava se o sol estivesse quente. Cada um procurava a-brigar-se à sombra das árvores.
O passeio da praça, quer à noite quer pela manhã, foi sempre um programa muito especial para os jovens da minha geração.
Uma outra opção de lazer na nossa cidade era o te-atro.Algumas pessoas da nossa comunidade reuniam-se e jun-tas ensaiavam as peças que seriam apresentadas ao público, para o seu entretenimento e assim contribuíam para o seu crescimento cultural. Muitas obras de escritores famosos foram transformadas em peças teatrais e levadas ao povo no palco do Círculo Operário São José. Tivemos como artistas do Teatro de Amadores São José entre tantos outros: Louren-ço Gomes, Valmir Alves, Bernadete Silva.A Escola Pe. Abath também colaborou com o teatro da nossa terra, tendo como artistas os próprios alunos, dirigidos pelo professor Macê-do.
O lazer é algo necessário ao ser humano. E na ju-ventude ele é indispensável e deve ser sadio pois é um dos elementos formadores da personalidade do jovem.