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O MALA, FAIA.
Por Carlos Sena


 

Num dia de domingo daqueles que só te convida a ficar na cama, decidi "passear" pela TV, meio a esmo. Num canal, Globo Ciência, noutros, Edir Macedo, Sertanejos, Missa, Shoppings, etc. Contudo, esbarrei num canal que nem me lembro seu prefixo, mas não me esqueci até hoje. Nele, um pastor protestante URRAVA, BERRAVA, ESBRAVEJAVA, TEATRALIZAVA. Contraditoriamente, fazia graça, piadas sem muito gosto, mas dentro do que ele imaginava religiosamente correto. Procurei saber a denominação da igreja que ele representava e, como esperava, era da ASSEMBLÉIA DE DEUS. Seu nome? PASTOR MALAFAIA! O fato de ser da Assembléia era perfeitamente normal, pois essa denominação tem um histórico de seriedade como poucas, em que pese ser radical demais para o meu gosto. Contudo, o Pastor Malafaia tem conseguido audiência e adeptos graças a sua grosseira forma de falar de Deus. Como esse pastor é muito grudado ao "pé da letra da bíblia", por que não o ser na hora da sua pregação? Ele certamente sabe que Cristo teve fala mansa, foi conciliador, pregou o amor sem fronteiras. Nunca definiu se havia pecado grande, médio ou pequeno, como Malafaia, em suas falas, dá a entender. Outro dia, no programa do Ratinho, ele julgou e condenou os homossexuais. Nesse mesmo programa eu não o vi falar das ações da sua igreja para ajudar os mais necessitados; também não o vi referenciar seu ministério no contexto do atual momento de dificuldade que passamos: violência, charlatanismo, consumismo, morosidade da justiça, código penal caduco, educação desfocada da realidade, drogas, sexo pelo sexo, etc. Preferiu só "meter o pau" nas "bichinhas", inclusive contrariando preceitos científicos que provam não ser doença a HOMOSSEXUALIDADE.
Vejo a igreja, no atual momento, com grande importância para se dar um melhor rumo às questões que atormentam a humanidade. Falta de Deus? Com certeza, sim, mas não apenas. Isto porque uma boa parte das igrejas só tem teoria, só pregam a bíblia, mas não a vivenciam como deve. Dito diferente:  fazem no seu cotidiano o que querem em nome de estarem fazendo de acordo com a bíblia. A bíblia não manda julgar ninguém, mas é o que FAZEM INTEMPESTIVAMENTE. Mais que julgarem, monitora os adeptos, fiéis ou que nomes  tenham, através de verdadeiras patrulhas ideológicas. Neste sentido, o MALA não FAIA, mas não está sozinho. A igreja caótica, digo, católica é useira disto. Mas agora o mais importante é que se deixe o falso moralismo e se parta para as questões inteiras, vendo o CRISTO libertário, justo.
Não sei como tem tanta gente vendo esse MALA. Talvez seja mesmo o fosso de fé em que nos encontramos, bem dentro da lógica de que "qualquer roupa veste um nu"...
Se eu fosse evangélico, passaria longe da igreja do MALA. Eu gosto de pregador que passe paz; que não tenha aspecto irado, louco; que não esbraveje sobre a palavra que só será verdadeira se for na forma de paz e amor do princípio ao fim.
Aqui no Recife, o pastor João Campos é a antítese do Mala. Ouví-lo falar é um bálsamo para a alma e um refrigério para o corpo. Como ele, há vários em todo o Brasil e isto é o que me conforta. O MALA, FAIA. Quero dizer, falha. A fé faia? Gilberto Gil diz que a fé não costuma faiar...