A NASCENÇA
(Texto do livro Reminiscências)
A nascença era um lugar muito atraente. Havia ali algo mágico que me extasiava, sobretudo espiritualmente. Era delicioso ficar olhando aquele grande reservatório d’água ao pé dos rochedos revestidos pela vegetação.
Logo adiante, via-se a Casa Grande, de propriedade do Sr. José Jacinto e à sua direita, à pouca distância, estava o engenho fabricando mel e rapadura. Sentia-me encantada vendo aquele trabalho feito em comunidade. Aquela unidade, na diversidade de tarefas, era para mim uma lição de comunhão. Cada um realizava o seu trabalho, sorridente, e como resultado estavam ali os tachos cheios de mel e as grades repletas de rapaduras. A fumaça úmida e pegajosa, o cheiro da bagaceira e o barulho das máquinas davam um toque todo especial àquele espetáculo que eu tanto gostava de admirar.
Era delicioso comer rapadura quente no bagaço da cana e voltar para casa puxando o alfenim e moldando com ele obras de arte, como: flores, animais e tantas outras coisas que seriam mais tarde devorados como guloseimas.
O canavial e toda aquela natureza belíssima ficavam para trás à medida que me distanciava em direção à cidade.
Hoje, depois de tanto tempo consigo entender aquele sentimento, que me envolvia profundamente. Não era apenas a beleza do lugar que me enternecia, era sobretudo a felicidade de estar em comunhão com o chão onde viveu o meu bisavô, Coronel Basílio, onde nasceu a minha terra: Brejo Santo.
Com som em: http://www.marineusantana.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=233240
(Texto do livro Reminiscências)
A nascença era um lugar muito atraente. Havia ali algo mágico que me extasiava, sobretudo espiritualmente. Era delicioso ficar olhando aquele grande reservatório d’água ao pé dos rochedos revestidos pela vegetação.
Logo adiante, via-se a Casa Grande, de propriedade do Sr. José Jacinto e à sua direita, à pouca distância, estava o engenho fabricando mel e rapadura. Sentia-me encantada vendo aquele trabalho feito em comunidade. Aquela unidade, na diversidade de tarefas, era para mim uma lição de comunhão. Cada um realizava o seu trabalho, sorridente, e como resultado estavam ali os tachos cheios de mel e as grades repletas de rapaduras. A fumaça úmida e pegajosa, o cheiro da bagaceira e o barulho das máquinas davam um toque todo especial àquele espetáculo que eu tanto gostava de admirar.
Era delicioso comer rapadura quente no bagaço da cana e voltar para casa puxando o alfenim e moldando com ele obras de arte, como: flores, animais e tantas outras coisas que seriam mais tarde devorados como guloseimas.
O canavial e toda aquela natureza belíssima ficavam para trás à medida que me distanciava em direção à cidade.
Hoje, depois de tanto tempo consigo entender aquele sentimento, que me envolvia profundamente. Não era apenas a beleza do lugar que me enternecia, era sobretudo a felicidade de estar em comunhão com o chão onde viveu o meu bisavô, Coronel Basílio, onde nasceu a minha terra: Brejo Santo.
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