Termômetro da fé

Sua fé, sua luz, seu guia. Mas se um cego conduz outro cego, vão os dois para o abismo.

Por isto mesmo faz necessário que sua fé seja orientada pela razão. Não seja ela uma fé cega, que nada analisa. Para que não acorde um dia sem vontade de viver, descrente da vida, de todos. Dizendo que não acredita mais naquilo que em verdade nunca mostrou acreditar.

Quem acredita investe. E todo investimento leva um tempo para dar retorno. E sua vida é a sua maior empresa. Merece todo tempo do mundo para chegar ao sucesso.

A fé é sem duvida um sentimento íntimo, que a razão apenas desperta. É arvore de frutos maravilhosos, que açucara a boca dos pacientes e cuidadosos. Mas que se torna fel nas bocas dos ansiosos.

O termômetro da fé é a paciência. Porque acreditar é também saber esperar. Pois a fé raciocinada nos diz que tudo podemos, mas que também tudo tem sua hora.

A fé cega é caprichosa. É antes uma vontade que o Universo se curve a nossa pequenez para resolver nossos problemas. Enquanto que a fé raciocinada nos faz encontrar no Universo a força mágica que nos torna grandes, invencíveis, para que possamos, sem prescindir do auxílio de nossos esforços, chegar a solução de qualquer situação.

A fé cega acomoda, faz com que esperemos tudo sem o menor esforço. A fé raciocinada desperta nossa inteligência através de nosso trabalho. Ela nos faz crescer em todas as dimensões de nosso ser. Para todas as direções que nossa alma possa caminhar, descortinando novos horizontes.

Nossos desejos são forças de atração irresistível, mas até mesmo para querer é necessário um mínimo de esforço. É preciso ao menos querer com tamanha perseverança, que o querer se torne um hábito.

E a excelência é fruto do hábito, do fazer constantemente, sem desistir, mostrando que realmente se tem fé.

Quando quiser, portanto, atrair algo, ou tornar-se alguém diferente, busque-os com fé. Com perseverança, todo dia, acreditando com toda força de sua alma. Busque com paciência, portanto.

Pois as pessoas mais infelizes são aquelas, que por não compreenderem o mecanismo da vida, não tiveram paciência consigo mesmas, para chegarem a ser aquilo que deveriam ser. Paciência para regar as sementes da felicidade que estavam ali, tão pertinho, só esperando o momento propício para desabrochar.