PÃO-DURO

Num restaurante.

-Hum! Que gostoso este sorvete de caixinha!

-Maria Eduarda, quero mais unzinho. Você me dá?

-Mamãe, vamos levar o resto para a nossa casa?

-Não, Duda, deixe a vovó comer o tanto que ela quiser. Minha filha, nós não somos pão-duro. Tenho horror de gente assim.

-Mas vai acabar tudo, mamãe!

-Não tem problema. Depois eu compro uma caixinha para levarmos.

-Dudu, você sabe o que é ser pão-duro?

-Claro que sei, vovó! É egoísta!

Na saída.

-Vamos, Duda, calce os seus tamanquinhos. Olha, você não bebeu o refrigerante. Tome logo, porque já estamos indo embora.

-Não quero, vovó. Eu não sou pão-duro.