Os Dois Altamiros
Os bisavós do meu marido, Diogo e Anninha, tiveram 19 filhos. Um logo depois do outro, e quase todos com nome duplo: Anna Brígida, Maria Isaura, Oscar Urbano... Era preciso imaginação fértil e ainda uma ajuda do santo do dia.
Nem todos os filhos sobreviveram aos primeiros tempos. O Altamiro foi um que viveu apenas 8 dias. Mas a mãe mal tinha tempo de chorar a sua dor, e lá vinha um outro filho. Assim, um ano e pouco depois já nasceu um outro menininho.
Nome? Altamiro. Quer dizer, eles queriam que fosse Altamiro, talvez para suavizar a perda anterior. Mas usar o mesmo nome do filho que morreu? Então vinha a culpa e, nesse vaivém, acabaram por retardar o registro. O juiz era amigo e disse que eles podiam se dar um tempo até resolver qual nome seria adequado.
O menino acabou se chamando Altamiro Francisco. E a prole não parou por aí. Depois dele vieram mais 12 filhos, dos quais 9 sobreviveram.
Quando ficou moço, Altamiro Francisco resolveu estudar no Rio de Janeiro, onde as condições de vida eram melhores que no Vale do Ribeira, em fins do séc. XIX. Ia ficar morando na casa de um amigo da família, com quem ele também trabalharia.
E foi só na hora de pegar os documentos para viajar que descobriram que o Altamiro, com mais ou menos 18 anos, não tinha ainda Certidão de Nascimento. Ou melhor, a certidão foi feita, faltando apenas acrescentar o nome, quando ele fosse definitivamente escolhido. Mas, entre um filho e outro, os ocupados pais acabaram esquecendo de efetivar o registro da criança.
Os bisavós do meu marido, Diogo e Anninha, tiveram 19 filhos. Um logo depois do outro, e quase todos com nome duplo: Anna Brígida, Maria Isaura, Oscar Urbano... Era preciso imaginação fértil e ainda uma ajuda do santo do dia.
Nem todos os filhos sobreviveram aos primeiros tempos. O Altamiro foi um que viveu apenas 8 dias. Mas a mãe mal tinha tempo de chorar a sua dor, e lá vinha um outro filho. Assim, um ano e pouco depois já nasceu um outro menininho.
Nome? Altamiro. Quer dizer, eles queriam que fosse Altamiro, talvez para suavizar a perda anterior. Mas usar o mesmo nome do filho que morreu? Então vinha a culpa e, nesse vaivém, acabaram por retardar o registro. O juiz era amigo e disse que eles podiam se dar um tempo até resolver qual nome seria adequado.
O menino acabou se chamando Altamiro Francisco. E a prole não parou por aí. Depois dele vieram mais 12 filhos, dos quais 9 sobreviveram.
Quando ficou moço, Altamiro Francisco resolveu estudar no Rio de Janeiro, onde as condições de vida eram melhores que no Vale do Ribeira, em fins do séc. XIX. Ia ficar morando na casa de um amigo da família, com quem ele também trabalharia.
E foi só na hora de pegar os documentos para viajar que descobriram que o Altamiro, com mais ou menos 18 anos, não tinha ainda Certidão de Nascimento. Ou melhor, a certidão foi feita, faltando apenas acrescentar o nome, quando ele fosse definitivamente escolhido. Mas, entre um filho e outro, os ocupados pais acabaram esquecendo de efetivar o registro da criança.