MEU MUNDO
Acordei com uma inquietação que há muito já me acompanha. Às vezes, bate-me uma depressão desse mundo, em especial, das pessoas desse mundo. Parece que somos fantoches manipulados por uma força superior, ou mesmo um grupo de indivíduos ‘brincando’ de Imagem e Ação, ou ainda atores de uma peça trágico-cômica, que a qualquer momento as máscaras cairão no palco de madeira surrado por traças e cupins. É uma pena. Não sabemos o que somos, nem para onde vamos, e nem se iremos a algum lugar. A cada dia, perco o chão com as atitudes humanas. Inclusive com as minhas próprias. A angústia que me assola perverte todo o meu ser, toda a minha alma, se ainda eu a tiver. Chego a me perguntar se ainda acredito no amor. Logo eu, que tanto ressaltei os momentos mínimos dos amantes, as palavras sussurradas em um fim de tarde, os abraços aconchegantes gratuitos, ou mesmo as flores roubadas dos campos alheios a serem entregues aos amados. As relações humanas estão perversas, mínimas, distantes. Sou culpado nisso também. Quantos momentos me furtei a estar com meus amigos. Quantas vezes me recusei à companhia de alguém. O egoísmo me persegue desde quando ainda nem tinha nascido. Luto contra isso todos os dias, todas as noites. Só eu sei o quanto luto contra isso. Só eu sei o quanto me dói o meu egoísmo. Chego a pensar que o amor que sinto é somente por mim mesmo. Parece que essa sociedade se reflete em mim. Quantas pessoas que se escondem atrás de belas bundas e de grandes bíceps, sedentas de conteúdo e influenciadas por seus olhos cegos de instantaneidade? Quantas pessoas se quedam exclusivamente a ficar em frente a amigos virtuais, ou a jogos de videogames, deixando a vida lá fora passar, e permitindo a roda da história os levarem? Não sou diferente dessas. Hoje, olhei para a minha mãe, talvez a única pessoa que eu queira por perto em todos os momentos da minha vida, e vi o cansaço em seu semblante, assim como o meu, nessa manhã tão fria de um junho em Brasília. E me perguntei se ela também é assim como eu, e se finge tão bem quanto eu. Afinal, sorrimos para todos, todas as pessoas gostam da nossa companhia, somos bem vindos em qualquer lugar, somos por demais educados. Mas cá dentro de mim, há um vazio infinito. Dei um demorado beijo em sua testa, e saí sem olhar para trás.
Acordei com uma inquietação que há muito já me acompanha. Às vezes, bate-me uma depressão desse mundo, em especial, das pessoas desse mundo. Parece que somos fantoches manipulados por uma força superior, ou mesmo um grupo de indivíduos ‘brincando’ de Imagem e Ação, ou ainda atores de uma peça trágico-cômica, que a qualquer momento as máscaras cairão no palco de madeira surrado por traças e cupins. É uma pena. Não sabemos o que somos, nem para onde vamos, e nem se iremos a algum lugar. A cada dia, perco o chão com as atitudes humanas. Inclusive com as minhas próprias. A angústia que me assola perverte todo o meu ser, toda a minha alma, se ainda eu a tiver. Chego a me perguntar se ainda acredito no amor. Logo eu, que tanto ressaltei os momentos mínimos dos amantes, as palavras sussurradas em um fim de tarde, os abraços aconchegantes gratuitos, ou mesmo as flores roubadas dos campos alheios a serem entregues aos amados. As relações humanas estão perversas, mínimas, distantes. Sou culpado nisso também. Quantos momentos me furtei a estar com meus amigos. Quantas vezes me recusei à companhia de alguém. O egoísmo me persegue desde quando ainda nem tinha nascido. Luto contra isso todos os dias, todas as noites. Só eu sei o quanto luto contra isso. Só eu sei o quanto me dói o meu egoísmo. Chego a pensar que o amor que sinto é somente por mim mesmo. Parece que essa sociedade se reflete em mim. Quantas pessoas que se escondem atrás de belas bundas e de grandes bíceps, sedentas de conteúdo e influenciadas por seus olhos cegos de instantaneidade? Quantas pessoas se quedam exclusivamente a ficar em frente a amigos virtuais, ou a jogos de videogames, deixando a vida lá fora passar, e permitindo a roda da história os levarem? Não sou diferente dessas. Hoje, olhei para a minha mãe, talvez a única pessoa que eu queira por perto em todos os momentos da minha vida, e vi o cansaço em seu semblante, assim como o meu, nessa manhã tão fria de um junho em Brasília. E me perguntei se ela também é assim como eu, e se finge tão bem quanto eu. Afinal, sorrimos para todos, todas as pessoas gostam da nossa companhia, somos bem vindos em qualquer lugar, somos por demais educados. Mas cá dentro de mim, há um vazio infinito. Dei um demorado beijo em sua testa, e saí sem olhar para trás.