MORREU UM FLAMENGUISTA EM MANHUAÇU/MG - BRASIL

MORREU UM FLAMENGUISTA EM MANHUAÇU/MG – BRASIL.

Ele estava no auge de sua idade. Tinha 60 anos. Ele batalhava todos os dias a cata de frutas e legumes para seu estabelecimento/sacolão. Xico – como era conhecido – era casado com Maria. Possuía três filhos: Moisés, Maria do Carmo e Tiago, além de dois netos pequeninos. Francisco Pereira Xavier era de Manhuaçu/MG – Brasil. Tinha muitos colegas e conterrâneos. Tinha mais 9 irmãos e irmãs vivos e trabalhadores. Tinha muitos sobrinhos e sobrinhas. Ele era um tio-avô exemplar: trabalhava, trabalhava e se punha a frente de sua pacata família. Maria do Carmo é Oficial-de-Justiça naquela comarca. Moisés um experte serventuário da Justiça. Tiagão, um laborioso homem da Internet. Moisés tem 2 filhos e esposa. Tiagão um filho e companheira. Tratava-se de uma família feliz e unida pela convivência e pelo trabalho diuturnamente.

Todos eram felizes até que a sombra da morte veio ter naquela casa humilde e trabalhadora e feliz.

Foi numa tristonha terça-feira. Foi num dia frio e garoento de junho de 2010. Foi numa tarde sombria e nebulosa que Francisco Pereira Xavier – o Xico do Mercadinho – deixou de respirar, depois de um fulminante enfarto. Sua esposa Maria ainda tentou ressuscitá-lo... Mas já era demasiadamente tarde... Xico partiu para a outra vida: sem queixumes nem chorumes. Simplesmente adormeceu o sono eterno e espiritual, às 11:00 horas da manhã.

Tarcísio ficou encarregado de avisar aos familiares. Fui um deles. A notícia veio pelo telefone: O Xico enfartou, falou e disse o cunhado ¨Ciso¨. De imediato providenciei os apetrechos para viajar de Belo Horizonte até Manhuaçu. Minha filha foi dirigindo o Eco-esporte. Eu estava um pouco cansado da lida daquela factível manhã de céus nublados e agorentos. Recebi a notícia com surpresa... Me entristeci... Acabava de perder para Deus um ente querido e amado. Os céus me castigavam: Deus chamou à direita um Flamenguista... Chamou um cidadão honrado, laborioso e exemplar chefe de família. Deus castigava a muitos de seus filhos terráqueos com a morte de Xico do Mercadinho. O canhoto de ouro.

Às 11:00 horas Francisco foi benzido na Matriz católica e o féretro saiu em cortejo pelas ruas de Manhuaçu até o cemitério local onde, o corpo inerte, de olhos cerrados ele foi sepultado no mausoléu da família Pereira Xavier enlutada.

Acabava de perder a equipe do Flamengo um vibrante e apaixonado torcedor. Mas no jogo contra o Palmeiras o time venceu a este. O caixão havia sido coberto com a bandeira rubronegra. Passarinhos saudavam o novo habitante cemiterial, cantando, gorjeando. Ali junto ao sepulcro os familiares se despediram do Xico por mais uma vez. Olhos lacrimejantes, vozes embargadas, choro e confortamento: seu corpo baixou a sepultura, seu espírito e alma subiram ao mais alto dos céus. Os homens nobres nunca morrem: sobem aos céus e viram estrelas. E assim, o time dos céus ganhou mais um ¨canhoto¨ de ouro, ganhou mais um atleta de Deus e peso no jardim do Éden, no Paraíso Eterno. Morreu um Flamenguista em Manhuaçu. Renasceu um homem de Deus e nasceu um Anjo rubronegro, mais um eterno torcedor celestial, quiçá mais um Arcanjo, um Querubim, um Serafim, um Guardião do Templo Sagrado.

F I M

Luiz Limagolf