A panela encantada (EC)

Tenho lido neste site considerações sobre a existência de panelinhas, ou seja, grupos formados por pessoas que só se lêem entre si.Fiquei pensando sobre o assunto um tempinho, inclusive compreendendo a razão – eu não tenho a menor idéia de quantas pessoas escrevem regularmente por aqui e mesmo com a maior boa vontade eu daria conta de ler todos – então fui lendo e escolhendo e foram me lendo e me escolhendo e aí se forma mais uma panelinha, embora as panelinhas sejam como círculos que se entrecruzam: nem todos que me lêem, lêem quem eu leio e vice versa. 
 
A razão de abordar esse assunto é que faço parte de uma panelinha especial – uma panela encantada. Pois nós, um grupo que se lê, formamos dentro do Recanto um subgrupo: O Encanto das Letras.
 
Essa Panela Encantada tem algumas especificidades: ela não tem tampa. Também não vai ao fogo todos os dias – só duas ou três vezes por mês. E o cozido varia. Seguindo o mesmo propósito cada um coloca o alimento que quiser – explico: se determinarmos fazer arroz, temos todos que fazer arroz, mas cada um pode escolher o tipo de arroz que quiser e usar o tempero que quiser.

Quando digo que ela não tem tampa significa que podemos ou não participar do cozido. Podemos pular fora ou pular dentro. Quando digo que determinamos o tipo de comida, quero dizer que determinamos o tema. E quando digo que podemos escolher o tipo e usar o tempero que quiser, digo que podemos escrever poemas, crônicas, contos, artigos e temperá-los ao nosso bel prazer. 
 
Pois o que acontece é que essa panela que faz cozidos maravilhosos está fazendo aniversário e a cozinheira chefe resolveu comemorar nos solicitando que fizessemos um cozido especial. E aqui está a minha parte. Dessa vez escolhi uma crônica. Mas já fiz outras coisas.

Foi em maio de 2009 que esse grupo se reuniu, vamos dizer assim, oficialmente. Mas desde 2008 havia uma tentativa de organizar um grupo que se unisse para escrever sobre o mesmo tema: Barba por fazer foi a primeira sugestão e escrevi um conto que eu mesma achei muito bom.

O que mais me encanta nesse grupo é a qualidade dos textos e a abordagem dos pontos de vista. Fico de boca aberta muitas vezes, frente a diversidade e a criatividade.

A sugestão que dei foi que escrevêssemos sobre a nossa vivência nessa Panela Encantada. Imaginei até fazer um levantamento completo sobre tudo o que aconteceu nesse período. Não é impossível porque está tudo lá registrado. Temas, datas, participantes. Daria para escrever um longo texto a respeito. Daria, mas não deu.  
 
Esses últimos dias foram totalmente atribulados para mim e tive que priorizar outras situações ficando esta crônica para escanteio até ontem.

Escrevemos e devemos postar o mais próximo da hora marcada. As vezes não dá, postamos quando podemos. Lemos todos os textos que fazem parte do exercício criativo. Sem obrigação de elogiar, mas de respeitar. Assim procuramos nos comentários realçar o que de melhor tem o texto. Não há necessidade de dizer que o texto comentado é uma obra prima se ele não é. Mas há uma obrigação intrínseca de ler o texto com carinho.

Já deixei de participar de alguns exercícios. Quando deixei, avisei. Os que deixei foi porque estava viajando.Menos um: não consegui mesmo escrever. Faltou criatividade, talento, inspiração e acho que até boa vontade.

Não pretendo aqui citar nomes. Só um nome. O da pessoa responsável pela continuidade do projeto e de sua manutenção. Nena Medeiros, escritora de Brasília, uma entusiasta. A ela, meus agradecimentos. Acredito até que possa dizer nossos agradecimentos que os outros membros dessa Panela Encantada não irão se zangar com meu atrevimento. E estou até pensando que, em vez de A panela Encantada, essa crônica deveria se chamar: O Caldeirão da Nena.]]

http://www.encantodasletras.50webs.com/umano.htm