SOBRE SOBRA DE REMENDOS
Muitos devem pensar que não deve ser nada fácil remendar uma tolice, mas o fazemos com freqüência. Será que é quando deixamos algo entrar por um ouvido e sair por outro? Quando assistimos aos erros fatais depois que tudo é tarde demais ou quando reprovamos certos comportamentos, mas nos acostumamos a eles?
Imagine Deus no céu sem ânimo para remediar todos as falhas da humanidade. Como se admitisse que assim como certos males não tem conserto, certas passagens não têm como serem remendadas mesmo pelo mais poderoso alfaiate ou mais habilidosa costureira.
Mas e no amor? Observe este trecho de uma canção: “Tola foi você ao me abandonar desprezando todo amor que eu tinha a dar, agora veja bem, o mal é vai e vem só esperar.” Pode ser que tenha sido tolice o abandono, mas a maldade da dor ressentida que a canção deixou no ar também não deixa de ser tola.
Em final de amor de nada adianta ficar remoendo raivas ou frustrações. O kit amor que se inicia com seus encantos ao chegar ao fim não nos deixa com uma deliciosa sobremesa. Melhor derramar todas as lágrimas que seus olhos desejarem, partir para outros mares com outros peixes e pronto.