REFLEXÃO
REFLEXÕES
Hoje não sei nem por onde começar, na cabeça mil pensamentos a fervilhar.Não lembro em meu consciente o que em outras vidas fiz, mas sei que estou hoje a pagar. Por tanto tempo vivi, sem preocupações nem sofrimentos. Com meu esposo comentava de que tinha medo do que ainda me aguardava, já que nunca tinha enfrentado a dor e o sofrimento cara a cara.ele sempre otimista dizia que nem todos, que nesta vida presente que hora vivemos, está a sofrimento, que com certeza minha missão era outra, a de levar aos pequenos a luz do conhecimento, com carinho paciência e amor.
Por anos e anos esta experiência vivi, todas as manhãs, ele com carinho ao meu trabalho levava, com a criançada falava, estimulava e brincava, era querido e conhecido, a meninada toda fazia festa quando chegava o marido da professora. Corriam me ajudavam, minhas coisas carregavam e meus beijos junto ao bom dia afetuoso em todos ia pelo caminho distribuindo. Aos que se acercavam meu abraço, aos mais tímidos, dava um jeito, mas sem meus carinhos não os deixava. Cheguei mesmo a acreditar, que não sofria porque sabia amar, sempre deixando por onde passei minha marca de carinho e afeto e o sorriso no ar.
Engano, engano, a dura realidade junto a mim veio morar, meu esposo partiu, em outras paragens foi aportar. Eu fiquei só, mas não desaprendi de amar, as crianças então sentiram a falta do marido da professora pra brincar, tristes continuaram a me ajudar e minhas coisas carregar, meus beijos aceitavam como forma de me dar alento e conforto me propiciar, foram meus anjos queridos, que nos momentos sofridos seus bracinhos queridos vieram me abraçar.
Veio a doença e de meus pequeninos tive que me afastar, doença essa que sei, são as dívidas do passado que tenho que quitar. Tinha medo, hoje tenho que só, o que de errado fiz, com paciência, sem rebeldia, minha vida levar vivendo dia por dia. Minhas contas eram só minhas, o companheiro que junto de mim esteve por longos anos, foi quem veio para me dar suporte e força, no momento em que meu passado de novo se abeirasse pra cobrar o que nele havia deixado.
Vivo a solidão, a doença, mas continuo a amar, amar a vida, a natureza, o riso dos pequenos, quanta falta me faz. Sei que meu caminho estou a seguir, por quanto tempo não sei, pode ser curto, pode ser longo, ao menos não perdi o riso, nem a esperança nem o amor. Sei que um dia quando desta vida partir, levo comigo a esperança, a fé e o amor que aos pequenos transmiti.Sei que não esqueceram a professora que chegava a escola sempre a sorrir.