Breaking Point

Pouco posso saber sobre as coisas do coração ou das questões químicas que dominam a região límbica do cérebro. Mistério pra mim, pra você e até mesmo para quem pesquisa isso e entende todos os processos pertinentes a isto. Não sei, tomei pau em química, zerei biologia, e, arrisco dizer que subtraindo a casca física existente, tátil, pouquíssimo compreendo do ser humano. Sempre desejei saber o porquê das coisas e sempre que me aproximei da resposta da maioria das perguntas, novas questões surgiram, algumas mais interessantes do que a inicial. Assumo a responsabilidade por sentir-me ébrio, houve momentos insanos em minha existência em que pude com clareza mapear e relacionar diversos pontos soltos de forma que subitamente todos fizeram sentido, cada qual em seu lugar. Nada de retas harmoniosas dominadas por padrões, nada de planos cartesianos. Algo faz sentido em um segundo único de lucidez com o tempo parado. Sem memórias projetadas umas sobre as outras, nada de filme. Apenas um quadro vazio com uma série de fatos dispostos aleatoriamente e, neste momento pude riscar com giz branco uma linha tracejada para fatos que podem ser concretos quando concatenados e tantos outros estilos de linhas tortas que se cruzam como num imenso “Ligue os pontos”. Há uma razão para tudo! – pensei.

Com a ponta do meu dedo tracei uma linha imaginária que liga dois pontos. Do início eu (ou você) e no fim você (ou eu). Do começo e do fim, concreto. Do imenso vazio entre os pontos: Pura poesia.

Zeca Arruda
Enviado por Zeca Arruda em 24/04/2010
Reeditado em 26/04/2010
Código do texto: T2216841
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