Uma lembrança para a eternidade (EC)
Não sei se gostaria de ter lembranças para levar adiante, nem qual dentre tanta beleza que vivi escolheria para levar se considerasse a eternidade como um tempo fora do aqui e agora. Talvez seja o medo da saudade de que a lembrança é tomada. Talvez, saber da eternidade não baste para perder esse medo e tantos outros.
Com certeza sei as lembranças que não levaria. A dor de perder quem amamos. A impotência no olhar de quem viveu tragédias urbanas. As fogueiras que queimaram inocentes, assim como as balas perdidas que nocautearam os sonhos de mães e pais. As espécies extintas. O deserto em que se tornou a Amazônia. A separação de tudo o que aprendemos a amar ou até mesmo a detestar, pois são parte do mesmo ser.
No entanto, tenho para fazer um exercício que vai muito além da escrita cotidiana. Lembrei do mito de Tróia, quando após a guerra o heroi, ao voltar para casa, é detido por uma bela deusa numa ilha paradisíaca. Ela lhe oferece a eternidade e a juventude para que ele desista da idéia de voltar para casa. A essa altura os deuses já tinham experiência de outros humanos que foram imortalizados sem os ideais e sonhos da juventude e, por isso, vazios de tudo, vagavam condenados à eternidade.
Nessa escritura lembrei também da história do homem que tem milhares de anos, segundo conta o filme “O Homem da Terra”, e que tem que apagar sua história de 30 em 30 anos, de um lugar para o outro, porque não envelhece, nem quer criar vínculo por medo de ver morrer todos os que ele aprende a amar. Esse imortal, para quem a solidão é companheira, perde muito das suas lembranças mais queridas.
Num exercício de possibilidades, considerando a linha de tempo espaço infinitos, além do que conhecemos hoje, se fosse para escolher escolheria não uma lembrança, mas o esquecimento para assim gozar da inocência da criança e do milagre de descobrir o novo em cada passo de eternidade.
Este texto faz parte do Exercício Criativo
- Uma Lembrança para a Eternidade
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/lembranca.htm
Não sei se gostaria de ter lembranças para levar adiante, nem qual dentre tanta beleza que vivi escolheria para levar se considerasse a eternidade como um tempo fora do aqui e agora. Talvez seja o medo da saudade de que a lembrança é tomada. Talvez, saber da eternidade não baste para perder esse medo e tantos outros.
Com certeza sei as lembranças que não levaria. A dor de perder quem amamos. A impotência no olhar de quem viveu tragédias urbanas. As fogueiras que queimaram inocentes, assim como as balas perdidas que nocautearam os sonhos de mães e pais. As espécies extintas. O deserto em que se tornou a Amazônia. A separação de tudo o que aprendemos a amar ou até mesmo a detestar, pois são parte do mesmo ser.
No entanto, tenho para fazer um exercício que vai muito além da escrita cotidiana. Lembrei do mito de Tróia, quando após a guerra o heroi, ao voltar para casa, é detido por uma bela deusa numa ilha paradisíaca. Ela lhe oferece a eternidade e a juventude para que ele desista da idéia de voltar para casa. A essa altura os deuses já tinham experiência de outros humanos que foram imortalizados sem os ideais e sonhos da juventude e, por isso, vazios de tudo, vagavam condenados à eternidade.
Nessa escritura lembrei também da história do homem que tem milhares de anos, segundo conta o filme “O Homem da Terra”, e que tem que apagar sua história de 30 em 30 anos, de um lugar para o outro, porque não envelhece, nem quer criar vínculo por medo de ver morrer todos os que ele aprende a amar. Esse imortal, para quem a solidão é companheira, perde muito das suas lembranças mais queridas.
Num exercício de possibilidades, considerando a linha de tempo espaço infinitos, além do que conhecemos hoje, se fosse para escolher escolheria não uma lembrança, mas o esquecimento para assim gozar da inocência da criança e do milagre de descobrir o novo em cada passo de eternidade.
Este texto faz parte do Exercício Criativo
- Uma Lembrança para a Eternidade
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