A MINHA MELHOR NOITE DE ANO NOVO
As festas de final de ano sempre me foram insatisfeitas. Sempre me davam a impressão que ficava faltando alguma coisa.
Às vezes aquelas festas com diversas famílias que não me diziam nada. Aqueles perus assados, aqueles porquinhos idem e aquele fastio na minha alma.
Sinceramente cresci não vendo muito motivo para tanto estardalhaço na passada do ano, talvez pelas vivências familiares.
Para a maioria das pessoas normalmente tinham sido anos sem grandes novidades, mas lá na dita passagem estão, tendo sido felizes ou não, terem melhorado como pessoas isto pouco importava, o importante era o lado material e se este não tivesse sido bom, aquela comemoração funcionava como uma lavada de alma e todos com aquelas superstições de sete uvas, sete goles de champanhe e por ai vai começavam o ano tomando porres homéricos.
Acaba sempre é sobrando para o mar, coitado, já recebe tantas sujeiras durante o ano todo e ainda tem que receber todas aquelas oferendas para a deusa dos oceanos que, com certeza, pelo que a humanidade fez com o seu reduto quer é muita distância de todo ser humano.
Engraçado. O ser humano destrói tudo que ainda tem da natureza e acha que os deuses (enteais) dela ainda nos amam como bons filhos.
Mas estas festas sempre me foram melancólicas, além de me sentir sempre muito sozinho não importando o número de pessoas que estivesse por perto, talvez por não ver motivo para tanta alegria de pessoas que brigavam o ano inteiro; via também muita ansiedade em muitos, mas acabava participando, mas não via a hora de acabar e a vida voltar à sua normalidade.
Sempre foi assim, desde que me conheço por gente até que chegou aquele final de ano.
Eu havia me separado havia uns dois ou três anos depois de um relacionamento que havia durado uns dez anos.
No início morando num hotel a vida estava tendo um recomeço, meu apartamento estava alugado, pois você não conhece mais ninguém, não tem o que fazer à noite e até se adaptar há certa dificuldade o que normalmente leva a uma vida noturna maior.
Está eu já conhecia bem, pois fui criado nela desde muito jovem, então não tinha nenhuma novidade, nem segredos, mas era premente ter de voltar a ela, não tinha outra saída.
Estava no final dos trinta e no inicio tive se agravou uma depressão que já vinha desde o final do relacionamento e inclusive foi o motivo da separação. Eu saí do relacionamento, pois estava me sentindo sufocado e sabia que ia ter de voltar a encarar os meus “demônios” sozinhos e que tinham ficado escondidos embaixo do tapete durante aquela relação.
Fui à luta e necessitando de uma ajuda médica fui orientado neste período a não ficar em casa de jeito nenhum. Tinha que sair todas as noites, não importa para onde. Tinha que ter contato com pessoas todas as noites, pois de dia era mais fácil devido ao trabalho, mas que também me era muito cansativo naquele período.
E neste estimulo médico eu saia todas as noites, como já fazia antes. Ia a clubes sociais fazer saunas, churrascos, jogar algum baralho, tênis, etc. e arranjar namoradas, ou melhor, como dizia o psiquiatra: relacionamentos de preferência sem sexo, para desenvolver de volta o prazer de se relacionar sem nenhum interesse a não ser o simples fato de desenvolver o gosto por amizades afetivas.
Isto para mim foi muito importante e me ajudou muito para o meu futuro e para me tornar a pessoa que sou hoje que dá mais valores à amizades.
Então eu não perdia oportunidade e me aproximava de qualquer mulher que desse oportunidade, só que eu não conseguia levar muito a sério os conselhos que ele dava e acabava tendo sexo, mas sabia que o orientação dele era primordial para acabar com hábitos errados que vamos desenvolvendo ao longo da vida, e ao mesmo tempo nos afastando daquilo que a mulher pode nos dar de melhor que é a sua amizade, a sua afeição, o seu carinho, o companheirismo, além de uma vida sexual normal.
E eu abria o jogo para a maioria delas. Dizia que estava em tratamento e que a orientação era esta e, para minha surpresa eu ganhava a amizade de muitas só pela sinceridade.
Com certeza tanto o homem como a mulher perderam muito quando começaram a colocar o sexo como o principal para o ínicio de um relacionamento.
E nesta dita saia toda noite. Estava com uma condição financeira estabilizada e não precisava acordar cedo para ir trabalhar então não havia impedimento.
E entre estas mulheres que eu me relacionava sempre tinha uma que se tornava a mais próxima, pela disponibilidade de sair, e era com quem eu acabava saindo mais e passando os domingos, mas sem compromisso.
Às vezes eu ficava em casa sossegado, pedia uma comida e ficava no apartamento sozinho para ter um descanso e era bom demais, mas não podia me acostumar com isso.
Eu não podia, pela orientação médica sair sempre com a mesma mulher. Eu tinha que conhecer diversas e mesmo se não tivesse vontade nenhuma, não podia ficar em casa, tinha que sair, o médico era muito bom.
E fui indo neste embalo até que chegou o melhor Ano Novo que já passei na minha vida.
E que foi uma perfeita desmistificação destas data.
Tinha tido um compromisso em São Paulo e estava voltando para Curitiba na noite de trinta e um e estava programado que quando chegasse em Curitiba iria ligar para uma "destas namorada", com quem estava saindo mais e que ficava me pegando no pé para ir conhecer a família dela.
Coisa que eu não tinha interesse nenhum, mas estava meio programado.
E fui chegando em Curitiba bem próximo das 23 horas e foi amadurecendo a ideia que eu iria era me dirigir à um bom restaurante e passar a noite sossegado e, principalmente, sozinho.
Era um restaurante de gastronomia diferenciada e que funcionava também como casa noturna, depois de certa hora da meia noite, mas aquela noite não teria esta atividade, e ficava perto de casa, mas mesmo assim havia diversas pessoas, como eu, sentados em suas mesas, sozinhos, comendo ou bebendo alguma coisa à la carte, não havia programação de ceia.
Para mim foi uma surpresa encontrar tantas pessoas sozinhas e tranquilas como eu estava, como se aquela noite fosse uma noite qualquer e que depois daquela experiência, para mim também passou a ser, e não havia mesas com grupos, a maior parte eram sozinhas mesmo, e o espaço do restaurante não era grande, era tipo um bistrô.
Descobri que o importante é você estar bem com você mesmo nestas festas, e eu só me senti bem a partir daquela noite, e estando sozinho, ou só com as pessoas muito chegadas, mas mesmo que isso venha aocorrer eu vou dormir cedo. Na hora h já estarei dormindo com certeza.
Desmistifiquei a solidão que muitos sentem nestas datas.
Terminei a minha janta e depois de dar umas voltas na quadra fui para casa dormir o sono dos justos e apaziguados.
Mas respeito, claro, quem pensa diferente e possuem festas genuínas, mas o importante é não acharmos que tem que ser igual para todos, ou que somos diferentes só porque não gostamos delas.
Em qualquer situação da sua vida procure se lembrar:
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - www.graal.org.br
As festas de final de ano sempre me foram insatisfeitas. Sempre me davam a impressão que ficava faltando alguma coisa.
Às vezes aquelas festas com diversas famílias que não me diziam nada. Aqueles perus assados, aqueles porquinhos idem e aquele fastio na minha alma.
Sinceramente cresci não vendo muito motivo para tanto estardalhaço na passada do ano, talvez pelas vivências familiares.
Para a maioria das pessoas normalmente tinham sido anos sem grandes novidades, mas lá na dita passagem estão, tendo sido felizes ou não, terem melhorado como pessoas isto pouco importava, o importante era o lado material e se este não tivesse sido bom, aquela comemoração funcionava como uma lavada de alma e todos com aquelas superstições de sete uvas, sete goles de champanhe e por ai vai começavam o ano tomando porres homéricos.
Acaba sempre é sobrando para o mar, coitado, já recebe tantas sujeiras durante o ano todo e ainda tem que receber todas aquelas oferendas para a deusa dos oceanos que, com certeza, pelo que a humanidade fez com o seu reduto quer é muita distância de todo ser humano.
Engraçado. O ser humano destrói tudo que ainda tem da natureza e acha que os deuses (enteais) dela ainda nos amam como bons filhos.
Mas estas festas sempre me foram melancólicas, além de me sentir sempre muito sozinho não importando o número de pessoas que estivesse por perto, talvez por não ver motivo para tanta alegria de pessoas que brigavam o ano inteiro; via também muita ansiedade em muitos, mas acabava participando, mas não via a hora de acabar e a vida voltar à sua normalidade.
Sempre foi assim, desde que me conheço por gente até que chegou aquele final de ano.
Eu havia me separado havia uns dois ou três anos depois de um relacionamento que havia durado uns dez anos.
No início morando num hotel a vida estava tendo um recomeço, meu apartamento estava alugado, pois você não conhece mais ninguém, não tem o que fazer à noite e até se adaptar há certa dificuldade o que normalmente leva a uma vida noturna maior.
Está eu já conhecia bem, pois fui criado nela desde muito jovem, então não tinha nenhuma novidade, nem segredos, mas era premente ter de voltar a ela, não tinha outra saída.
Estava no final dos trinta e no inicio tive se agravou uma depressão que já vinha desde o final do relacionamento e inclusive foi o motivo da separação. Eu saí do relacionamento, pois estava me sentindo sufocado e sabia que ia ter de voltar a encarar os meus “demônios” sozinhos e que tinham ficado escondidos embaixo do tapete durante aquela relação.
Fui à luta e necessitando de uma ajuda médica fui orientado neste período a não ficar em casa de jeito nenhum. Tinha que sair todas as noites, não importa para onde. Tinha que ter contato com pessoas todas as noites, pois de dia era mais fácil devido ao trabalho, mas que também me era muito cansativo naquele período.
E neste estimulo médico eu saia todas as noites, como já fazia antes. Ia a clubes sociais fazer saunas, churrascos, jogar algum baralho, tênis, etc. e arranjar namoradas, ou melhor, como dizia o psiquiatra: relacionamentos de preferência sem sexo, para desenvolver de volta o prazer de se relacionar sem nenhum interesse a não ser o simples fato de desenvolver o gosto por amizades afetivas.
Isto para mim foi muito importante e me ajudou muito para o meu futuro e para me tornar a pessoa que sou hoje que dá mais valores à amizades.
Então eu não perdia oportunidade e me aproximava de qualquer mulher que desse oportunidade, só que eu não conseguia levar muito a sério os conselhos que ele dava e acabava tendo sexo, mas sabia que o orientação dele era primordial para acabar com hábitos errados que vamos desenvolvendo ao longo da vida, e ao mesmo tempo nos afastando daquilo que a mulher pode nos dar de melhor que é a sua amizade, a sua afeição, o seu carinho, o companheirismo, além de uma vida sexual normal.
E eu abria o jogo para a maioria delas. Dizia que estava em tratamento e que a orientação era esta e, para minha surpresa eu ganhava a amizade de muitas só pela sinceridade.
Com certeza tanto o homem como a mulher perderam muito quando começaram a colocar o sexo como o principal para o ínicio de um relacionamento.
E nesta dita saia toda noite. Estava com uma condição financeira estabilizada e não precisava acordar cedo para ir trabalhar então não havia impedimento.
E entre estas mulheres que eu me relacionava sempre tinha uma que se tornava a mais próxima, pela disponibilidade de sair, e era com quem eu acabava saindo mais e passando os domingos, mas sem compromisso.
Às vezes eu ficava em casa sossegado, pedia uma comida e ficava no apartamento sozinho para ter um descanso e era bom demais, mas não podia me acostumar com isso.
Eu não podia, pela orientação médica sair sempre com a mesma mulher. Eu tinha que conhecer diversas e mesmo se não tivesse vontade nenhuma, não podia ficar em casa, tinha que sair, o médico era muito bom.
E fui indo neste embalo até que chegou o melhor Ano Novo que já passei na minha vida.
E que foi uma perfeita desmistificação destas data.
Tinha tido um compromisso em São Paulo e estava voltando para Curitiba na noite de trinta e um e estava programado que quando chegasse em Curitiba iria ligar para uma "destas namorada", com quem estava saindo mais e que ficava me pegando no pé para ir conhecer a família dela.
Coisa que eu não tinha interesse nenhum, mas estava meio programado.
E fui chegando em Curitiba bem próximo das 23 horas e foi amadurecendo a ideia que eu iria era me dirigir à um bom restaurante e passar a noite sossegado e, principalmente, sozinho.
Era um restaurante de gastronomia diferenciada e que funcionava também como casa noturna, depois de certa hora da meia noite, mas aquela noite não teria esta atividade, e ficava perto de casa, mas mesmo assim havia diversas pessoas, como eu, sentados em suas mesas, sozinhos, comendo ou bebendo alguma coisa à la carte, não havia programação de ceia.
Para mim foi uma surpresa encontrar tantas pessoas sozinhas e tranquilas como eu estava, como se aquela noite fosse uma noite qualquer e que depois daquela experiência, para mim também passou a ser, e não havia mesas com grupos, a maior parte eram sozinhas mesmo, e o espaço do restaurante não era grande, era tipo um bistrô.
Descobri que o importante é você estar bem com você mesmo nestas festas, e eu só me senti bem a partir daquela noite, e estando sozinho, ou só com as pessoas muito chegadas, mas mesmo que isso venha aocorrer eu vou dormir cedo. Na hora h já estarei dormindo com certeza.
Desmistifiquei a solidão que muitos sentem nestas datas.
Terminei a minha janta e depois de dar umas voltas na quadra fui para casa dormir o sono dos justos e apaziguados.
Mas respeito, claro, quem pensa diferente e possuem festas genuínas, mas o importante é não acharmos que tem que ser igual para todos, ou que somos diferentes só porque não gostamos delas.
Em qualquer situação da sua vida procure se lembrar:
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - www.graal.org.br