TESTANDO UM NETBOOK
Neste momento, estou diante do meu netbook (comprei-o ontem) e penso em escrever alguma coisa. Quero testá-lo! Engraçado: nada vem à mente... Exceto essa idéia estranha de escrever sobre o que estou escrevendo, o fato de não haver nenhuma idéia brilhante.
Mas, pensando bem, este poderá ser um bom ponto de partida. É em um terreno baldio que, através do trabalho dos construtores, se estabelece uma grande construção.
A produção textual pode também ser comparada à arte de tecer, ao trabalho da pessoa que vai tricotando até produzir uma bela blusa.
Todavia, posso afirmar que já atingi o meu objetivo, que era apenas escrever algo. Não tenho do que reclamar, caso resolva parar por aqui. No entanto, não nego que uma vontade palpitante, de dar uma razão significava a este texto, constrange-me a continuar explorando a “inspiração” (ou talvez deva dizer: a falta de inspiração) que o deu à luz. Eis que, enquanto prossigo, embrenho-me em um metatexto, um metapensamento, como se pode ver claramente.
Lembro-me que, quando eu era adolescente, tinha uma certa dificuldade em redigir textos: preocupava-me muito em criar um bom início. Acabava não escrevendo nada.
Certa vez, imaginei que este era o grande entrave. Resolvi, então, reverter a minha preocupação, de forma que, daquele dia em diante, o estilo estivesse em segundo plano, isto é, logo após a apreensão das idéias. Em outras palavras, eu deveria acima de tudo “jogar” as idéias no papel, sem grandes preocupações estilísticas.
Para isto, busquei confortar-me com o fato de que eu poderia (e deveria fazê-lo) reescrever o texto, modificar o que não ficasse legal. A partir desse dia, confesso, comecei a ter maior facilidade para redigir. E descobri uma coisa, quando as idéias vêm, mesmo que comece do nada, o estilo as acompanha. Mas nem sempre o contrário acontece.