Breves notícias dos nossos jornais
Sim, estar atento ao que acontece no país e no mundo lá fora é o correto, porém a mídia resume todos os fatos numa notícia curta e que, se não for forte o bastante, logo será esquecida. Vejo que o problema está no tempo em que a reportagem fica no ar ou mesmo na sua real importância para as nossas reflexões diárias. Estou cansado de assistir sempre as mesmas notícias em emissoras diferentes num único dia e em turnos distintos e que nada demais há em si; outras vezes nem mesmo me lembrava que já tinha visto tal reportagem naquele dia.
Lhes pergunto, o que assistiram hoje e ainda se recordam com clareza além das notícias mais trágicas que a todo momento são divulgadas nos diversos canais do pobre sistema televisivo do Brasil?
Quando um avião cai, logo entra no ar a notícia: o maior desastre da aviação no país, com número x de mortos... parece que é o número de fenecidos o atrativo e o mais repetido para enfatizar a notícia. Mas um único indivíduo morto já é o suficiente para causar espanto para nós – caso um helicóptero caísse e o corpo ficasse mutilado – ou dor e tristeza aos entes do infeliz.
O Haiti, o Chile ocupavam os espaços de maior destaque nos jornais e logo depois foram esquecidos. se não vamos atrás de outras fontes, não saberemos o andamento, o posterior de cada tragédia ou acontecimento tão amplamente anunciado na mídia. Os jornais querem ganhar audiência com seus discursos frios, impactantes e controlar o pensamento do telespectador. Esse só se atenta ao que é divulgado, às vezes quando liga a TV para almoçar ou jantar, ou quando não nada para fazer.
Vejo que os jornais só escolhem as notícias graves e fortes para segurar o indivíduo em frente da tela, pois o número de reportagens que chega às redações são enormes, mas de pouco valor comercial, sim ,comercial. A mídia nos informa sobre muitas coisas, mas essas notícias passam rápidas pela tela e se misturam estranhamente. Uma notícia fala do casal assassinado por ladrões ou fala do tiroteio nas favelas do Rio e em seguida fala de “coisa boa” – como muitos robôs apresentadores costuma falar para sair de um assunto negativo para outro menos ruim- sendo que esses assuntos muitas vezes fala de esportes ou gastronomia. O problema está também nessa promiscuidade que desorienta e causa uma má formação de juízo analítico e crítico, já que não dá tempo de refletir a notícia. Até mesmo esse assunto que trato nesse instante já deve ter sido muitas vezes visto por algum de vocês, mas ao lê-lo é como se não tivesse lido em outro lugar.
Não é necessário saber tudo nem de tudo um pouco, pois a quantidade de pessoas no mundo serve justamente para isso: separar cada um em seu lugar (aquele onde possa ser mais eficaz e de maior proveito) inibindo assim àqueles que não têm aptidão numa área específica e nela causar danos ao próximo.
Então por isso não gravamos as notícias inteiras, somente aquelas que mais nos afetam ou que têm a ver com nosso modo de vida, enquanto que aquelas notícias que esquecemos, talvez, ainda se mantêm vivas nas consciências dos outros. Porém, quão breves elas são...