NOSTALGIA
Amanhece domingo; daqui deste apartamento de hotel vejo pessoas passando na Avenida Paulista.
Umas agasalhadas, parecem morrer de frio; outras em manga de camisa... afinal estará frio ou quente lá fora? Uma forte neblina esconde os carros e a cidade.
A semana foi enfadonha... um curso onde especialistas exercitaram suas vaidades e prolixismos tentando provar a toda hora que nunca saberemos tanto quanto eles, ou seja absolutamente tudo sobre absolutamente nada.
Acho que vou dar uma caminhada pelo Trianon e ver as poucas árvores que restaram da Mata Atlântica.
Depois vou caminhar por entre as bancas na feira de antiguidades, onde pessoas vendem o passado de alguém.
Camafeus, abajures, telefones, bibelôs, velhas fotos da cidade com seus bondes e até discos de vinil. Fico imaginando que daqui uns dias vamos encontrar nesta feira os então obsoletos CD’s, que serão substituídos pelos Pen drives, ou coisas mais modernas..
Prometi a mim mesmo que hoje não vou passear de novo por entre as gôndulas da Livraria Leitura. Isso aumentaria minha nostalgia.
Enquanto tomo um banho começo a cantarolar uma música do Lennon: “Mother, you had me, but a never had you…I... wanted you, you didn’t want me…
Ainda tenho um dia inteiro de solidão... amanhã vou encontrar aqueles adoráveis professores...
São as únicas pessoas que falam comigo nesta cidade de quinze milhões de desconhecidos.