Além da imaginação
Tudo andava calmo. Eu aqui. Você aí. Como sempre.
Até que, subitamente, algo mudou. Eu mudei. Você mudou.
Mudou a latitude, a longitude.
Você voltou. A vontade voltou. E fez todos os sentimentos e sensações acordarem. Mais vivos do que nunca. Fortes e determinados, apesar de sedentos e famintos.
A terceira pessoa expulsou todos os “S”,cansou de ser plural, voltou a ser única. Único. Ele. Todo maiúsculo e singular.
Agora já ocupa todos os espaços, todos os pensamentos, todas as letras e melodias. Invadiu cabeça, corpo, alma, coração e tudo que viu pela frente. Daí mesmo sem sair do lugar.
Chegou botando (des) ordem na casa. Culpa minha. Da esperança. Culpa das portas sempre abertas.
Enquanto isso, vou ficando pequenininha, bobinha, felizinha, quem sabe até apaixonadinha. Diminutivo. Os sentimentos no aumentativo têm esse poder sobre mim. O pouco sempre é muito. E sempre muito bom.
Enquanto isso, vou sentindo e observando a realidade de olhos fechados.
Vendo o esforço dos sentidos de superar as reticências. De provar, cheirar, ver, ouvir e, principalmente, tocar o impossível.
Olhos atentos e largo sorriso no rosto. Cara a cara. O encontro necessário. Afinal, beijos, abraços, vontades, carinhos e, acima de tudo, sentimentos ficam sempre meio perdidos em um papel. E, principalmente, em nossa imaginação.
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