PAZ-Neila Costa

GUERRA

Neila Costa

Quando criança,

Nada me foi dito sobre os amantes

Da guerra.

Puseram uma venda sobre meus olhos,

Mas os gritos

Romperam a barreira dos temores.

Vi o mármore ensangüentado

E lavado pelo sangue

Dos corpos dos pobres coitados,

Humanos desorientados,

Sofredores de uma guerra

Que ha muito lhes dilaceram.

Pus-me a pensar na paz perdida

Desses anos,

Deste mundo inquieto

E sem sonhos,

Que desfila sob os meus olhos

Um rosário de dor e de pranto,

Que ensopa, por vezes,

A nossa própria e cruel realidade.

Mundo sem paz, sem tranqüilidade...

Hoje amortecida pela guerra,

Sinto-me qual criança encharcada de medos,

Amortecida pelos desenredos

De uma guerra absurda,

Pelo som das explosões dos seus mísseis

E blindados

Que não são brinquedos...

E lanço meu olhar

Sobre o infinito azul do céu

E sinto que a paz tem fome de amor

E do poder de Deus.

Daí então, procuro um abrigo

Para a minha alma cansada,

Que inconformada,

Percorre caminhos, contando as cruzes

E os espinhos, desta jornada.

Quando penso no árido homem,

Frio, desumano,

Lanço-me nos braços aconchegantes

Do Onipotente,

Que me dá o privilégio

De observar uma rosa branca,

Que naquele instante

No chão germina.

Seria essa a resposta que Deus me mostrava

E eu não enxergava?

E foi dessa maneira,

Em oração,

Que a Ele pedi para os homens,

Perdão.

Que eles se preocupassem,

De modo eficaz,

Em dar ao mundo

Um pouco de paz!

Neila Costa
Enviado por Neila Costa em 16/08/2006
Reeditado em 03/11/2009
Código do texto: T218166
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