Novo tempo
Por dias seguidos eu fechei os olhos para tudo que estava acontecendo de errado. Olhava para os dois lados e fingia que não era comigo. Desviava, com um tom de brincadeira, de todos os alvos que jogavam para me atingir, mas no fundo, bem lá no fundo, sabia que mais cedo ou mais tarde a casa iria cair. E, realmente, caiu. Caiu e destruiu o lado mais fraco, é óbvio! Afinal, regras são regras. O meu caso não poderia ser exceção.
Tive uma Quaresma de “Cão”. Que Deus me perdoe o tom da palavra. Porém não existe outra que melhor defina esse período pós- carnaval, Ele bem sabe disso e me entenderá.
Como Jesus, fui traída e tive cara a cara com maiores sofrimentos, injustiças e humilhações. Caí e diversas vezes levantei, porque também tinha dentro de mim a promessa de um tempo melhor. Aqui o meu oásis sumiu, virou deserto também. Bem me disseram que era só miragem.
Na sexta-feira eu também morri. Morri na certeza de renascer. Morri com um forte sentimento de fênix. Confesso, também matei. Incertezas e medos tiveram que ser exterminados.
A promessa veio do alto. E por isso, a certeza habitou em mim.
Hoje é sábado. Aleluia. Tirarei o luto.
De costas para o resto do mundo. Braços abertos para a felicidade, vejo no mar todas as respostas que sempre procurei.
A cruz é pesada, mas as tormentas sempre passam. No fim de tudo vem a Páscoa cheia de vida. Vida nova. Plena em renovação.
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