Sardenta!... sardenta!... sardenta!...

Como ela detestava quando os coleguinhas a chamavam assim.

Era quase uma sentença de morte.

Ficava vermelha de raiva o que acentuava mais as sardas naquele rosto branquinho.

Dizia que quando crescesse iria usar um quilo de maquiagem, fazer um peeling, qualquer coisa , até procurar o Dr. Pitangui.

Pensava em tirar um pedaço da barriga e colocar no rosto...

Cresceu... tentava disfarçar as sardas com pó-de-arroz e muito creme.

Até que um dia, conheceu um rapaz que lhe disse:

- Adoro suas sardas... são tão joviais... não conheço nenhuma sardenta que seja mal humorada.

Sua vida mudou, hoje desfila orgulhosamente com suas sardas e seu namorado.

Quando vai sair à noite realça as pequenas pintas com lápis de sobrancelha

Wilson Pereira
Enviado por Wilson Pereira em 01/04/2010
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