Sardenta!... sardenta!... sardenta!...
Como ela detestava quando os coleguinhas a chamavam assim.
Era quase uma sentença de morte.
Ficava vermelha de raiva o que acentuava mais as sardas naquele rosto branquinho.
Dizia que quando crescesse iria usar um quilo de maquiagem, fazer um peeling, qualquer coisa , até procurar o Dr. Pitangui.
Pensava em tirar um pedaço da barriga e colocar no rosto...
Cresceu... tentava disfarçar as sardas com pó-de-arroz e muito creme.
Até que um dia, conheceu um rapaz que lhe disse:
- Adoro suas sardas... são tão joviais... não conheço nenhuma sardenta que seja mal humorada.
Sua vida mudou, hoje desfila orgulhosamente com suas sardas e seu namorado.
Quando vai sair à noite realça as pequenas pintas com lápis de sobrancelha