...PARA QUEM AMA AS NUVENS É NECESSÁRIO ODIAR O VENTO?...
Escrevo naqueles dias em que o calor parece derreter o corpo e não há lugar em que fique bem além do isolamento que o ar condicionado proporciona. Vontade dos lugares altos onde a temperatura é mais amena, ou até mesmo fria, para o pensamento funcionar melhor, sem a irritação constante do suor inundando os olhos. A amiga conseguiu o cargo pelo qual disputou com outros candidatos, mas disse que a consequência pelo que conseguiu não lhe trouxe satisfação. Ela relata que além de ganhar mais, não tem mais tempo algum para dar sequência ao que planejou para sua vida e ainda por cima a conquista pessoal implicou no fracasso alheio. O mundo é isso aí mesmo, competitivo, feroz e cruel, não há espaço para amizades sem arranhões na vida profissional. Ao menor sinal de guarda baixa o golpe é certeiro. Ela diz que eu exagero, mas foi sempre o que aconteceu comigo, mas ela pode ficar tranquila, quase nunca restam ressentimentos eternos nessas estórias. A vizinha me avisa que vai chover, e pragueja as nuvens que se aproximam rapidamente pela frente da casa. Foi apenas uma chuva de verão, o vento levou tudo embora em minutos e sobrou apenas aquele vapor subindo do asfalto e é nessa sauna natural que vou tomar algumas decisões importantes para a futura rotina dos meus dias...