O TEMPO. Nosso aliado ou inimigo?

Quem nunca ouviu ou disse a célebre frase "dê tempo ao tempo"? Muitos de nós, com certeza. E isso nada mais quer dizer que em determinadas situações é preciso ter paciência, saber esperar, saber usar o tempo como nosso aliado, e não nosso inimigo. "O tempo", expressão muito interessante, e de uma vasta extensão de interpretações e utilizações em nosso cotidiano. É uma das poucas coisas que nos acompanham do nascimento à morte, aliás, desde o nascimento até a morte é uma questão de passagem de tempo, um intervalo de tempo. Ao primeiro sopro de vida fora do útero dá-se início ao cronômetro da vida, cuja contagem é regressiva e norteada pelo paradoxo "quanto mais vivemos, menos tempo temos". Cabe a nós, então, saber aproveitar esta passagem de tempo, da melhor forma possível, mas, invariavelmente, mais cedo ou mais tarde, vamos concluir que somos escravos do tempo. E isto, é só uma questão de tempo.

Desde que o homem começou a medir o tempo e a se organizar através dele, somos seu escravo, somos cobrados a vencê-lo, a trabalharmos mais, a produzirmos mais, em menos tempo, sem perder a qualidade. O homem tem uma grande preocupação no imediatismo, na evolução de forma rápida, ouvimos diariamente isso: "RAPIDEZ! Tempo é dinheiro!" Ou seja, executarmos algo, no menor espaço de tempo possível. Milésimos de segundo nos dão a vida e nos tiram também, definem o grid de largada de uma Fórmula 1, define recordes em diversas competições esportivas. Foi-se o tempo em que os recordes eram graduados em segundos, hoje é necessária a sua fração, em milésimos.

O TEMPO. Ele se torna nosso maior inimigo às vezes, pois é muito difícil sermos exatos, sermos justos na adequação do tempo, nem sempre é possível cumprir os prazos pré-estabelecidos. Reclamamos da demora disso, da demora daquilo, não dá tempo de fazer isso, de fazer aquilo... etc.. E o homem cada vez mais pesquisando formas de agilizar nossas atividades em tempos cada vez menores. A informática é um grande exemplo disso, foi responsável por uma nova era. Podemos dizer, sem problema algum, que o mundo era um e hoje é outro com o advento da informática, que colocou em xeque muitas atividades que exigiam tempo demais em suas execuções.

A informação hoje é em tempo real, basta estar conectado à internet e já se tem acesso às informações que em tempos não tão distantes somente através dos jornais, rádios ou tevês eram pro-pagadas, porém, com certo atraso, atualmente inadmissível. Hoje não, na internet não há muito tempo entre o fato e a notícia. Bastam algumas horas e a notícia fica velha. De certa forma, isso contribui para a qualidade da informação, uma vez que a mesma já foi dada por vários veículos em simultaneidade, o mais completo, com detalhes específicos chamará mais a atenção do leitor, cada vez mais exigente, pois tempo não pode perder a ler algo repetitivo e sem conteúdo.

Tem momentos na vida que o queremos empurrar, acelerar, noutros, atrasar, amarrar. Tudo dependerá dos nossos objetivos ou necessidades. Mas do Tempo ninguém é dono, somos todos iguais em relação a ele, mas podemos ser diferentes em sua utilização. Isto é, a mesma hora que passará para mim, passará para você leitor(a), exatamente sessenta minutos ou três mil e seiscentos segundos para cada um, mas dificilmente teremos o mesmo resultado na utilização desta mesma hora. Num dia atarefado no trabalho, certamente nem a percebemos passar, ao contrário, numa fila de banco, ou na sala de espera de um consultório, ou naquela aula chata, praticamente podemos contar cada um dos três mil e seiscentos segundos. Com o Tempo, tudo é relativo.

Ansiedade na utilização do Tempo não ajuda, apenas atrapalha. Tudo em nossas vidas tem seu tempo pré-estabelecido pela natureza. Um agricultor tem que aprender a hora certa de plantar e de colher. O rebento tem seu próprio tempo para nascer, uma mágoa seu próprio decorrer para morrer. Saber esperar é saber administrar o Tempo. Se eu quiser degustar uma fruta colhida em meu quintal, ou até mesmo uma hortaliça, eu terei que saber esperar. Primeiro vem o plantio, o regar, adubar e só depois, o colher. Ao passo que, tempo demais também pode prejudicar. Uma fruta passada do tempo de colheita apodrece e cai, um perdão não pedido e não dado ao seu tempo, afasta, cria desar-monia e desunião, magoa. Quantas vezes num desentendimento, ao "darmos um tempo" na conversa conseguimos resgatar uma amizade, um relacionamento, um amor? E quantas vezes não perdemos tudo isso por não sabermos esperar a hora certa de falar, de agir, por sermos impulsivos e ansiosos? Sim, é muito complicado. Um dos maiores desafios do homem (ser humano) é saber lidar com o tempo.

"Dar tempo ao tempo" significa ter paciência e deixar o tempo agir em seu benefício, conseguindo assim, que ele trabalhe a seu favor, e não contra. O tempo é uma equação difícil na vida. Saber a hora certa de agir e de esperar; nem sempre é fácil, mas desde que o cronômetro da vida foi ligado, estamos ai para aprender, sem jamais desistir. Sabe como conseguimos lidar com esta equação? Ora, com o tempo, é claro!

Feliz do relógio que só marca o tempo, sem maiores obrigações que a informativa do "quantum" decorrido, deixando ao seu consulente o encargo da administração e os reflexos desta má gestão, bem como sua má aplicação cotidiana.

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Fabio Diaz Mendes
Enviado por Fabio Diaz Mendes em 20/03/2010
Reeditado em 06/08/2014
Código do texto: T2149472
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