ROSA PENA E A FALTA QUE CERTAS COISAS NOS FAZ
Precisava que o dia fosse longo e foi. Precisava que sobrasse tempo para o amor e sobrou menos que ontem. Nem sei se hoje precisava de passarinhos, mas não os vi. Também estava chovendo e eles devem ter se ausentado tristes.
Na noite passada perdi dois parágrafos pelos travesseiros onde não mais encontro. Criarei estes para Rosa Pena só para não deixar palavras sem lugar. Na verdade são mais sentimentos que palavras já que as delas também me tocaram.
A calha agora está gostosa e nem dá para reclamar da sua cantiga que substitui o vazio das letras. Quem sabe amanhã eu acordo gigante enquanto hoje posso dormir formiguinha. Sinto-me assim sempre que vejo filmes que tocam e acabei de ver um que fazia tempo pensava em ver, mas adiava. É sempre bom ver Selton Melo e sabia que em Londres é que não ia deixar de vê-lo como Jean Charles.
Agora deixo o Jean e volto para Rosa. Com aquele texto lindo, nem é preciso mais prosa. Mas a gente sente mesmo falta de tudo que acostumamos ter. Mas Rosa, como faço dois parágrafos para você? Serve um em pé como se eu estivesse escalando um monte? Serve um deitado como se estendesse um tapete? Como você os deseja?
Ontem na fila da padaria havia uma senhora com vestido de seda azul marinho e bolinhas brancas. – Parecia uma camisola! Foi o que pensei enquanto entrava na fila por conta de uns folheados recheados de maçãs. Quase me esqueci que tinha iniciado a tal da dieta da ração humana. Para comemorar juntei aos folheados um bom pedaço de brownie. Sabe Rosa, é isso que a gente faz quando a gente some.