UMA LENDA DO BRASIL COLONIAL

LENDA DO BASIL COLONIAL.

Minha origem pelo lado paterno envolve uma lenda narrada por meu avô, que foi repassada de geração a geração até ele. São as mentiras culturais que vão sendo recontadas, muitas das quais vão ganhando ilustração no decorrer do tempo e acaba marcando a história com certo lirismo sendo atestadas como verídicas.

Contava meu avô que seu tri avô o alferes Domingos da Costa Vale, saltara de um navio no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século dezoito, lá pelos idos de hum mil setecentos trinta e poucos. Superdotado o garoto com apenas cinco anos de idade, despertou o interesse de um próspero comerciante português, que atuava no comercio de manufaturados importados. Apesar de criança ganhou logo a confiança do comerciante. Aos dez anos de idade já chefiava uma comitiva tropeira no trajeto Rio de Janeiro à vila de Pitangui cá nas Gerais. Ao completar seus quinze anos desfrutava de sólidos laços de amizades com os colonizadores, nos pontos por onde pernoitava no comando da comitiva.

Certa noite em um ponto de pouso próximo a Pitangui, notou uma movimentação diferente na residência. Ao amanhecer perguntou ao anfitrião sobre a anormalidade ocorrida. O amigo lhe respondeu que sua esposa dera a luz a uma menina durante a noite. Muito cordial ele manifestou desejo em conhecê-la. Gentilmente atendido. Encantado com a criança, pediu sua mão em casamento; Prazerosamente aceito pelos pais. Selou o compromisso para quinze anos mais tarde se realizar o enlace. A menina foi batizada recebendo o nome de Faustina. O noivo continuou sua rotina no trabalho visitando a namorada a cada seis meses tempo que intermediava suas idas e vindas ao Rio de Janeiro. A criança cresceu alimentada pela idéia que se casaria assim que completasse seus quinze anos.

Quando Domingos completou seus trinta anos, acertou as contas com o patrão e se casou com Faustina. Com suas economias adquiriu sua propriedade nas areias, local que atualmente situa no Município de Nova Serrana. Ali constituiu sua família prosperou social e economicamente, chegou ao posto de alferes. Atuou ativamente em Pitangui e nas regiões adjacentes.

Por volta do ano de hum mil setecentos e noventa, comprou parte de uma sesmaria denominada Bom jardim do Picão, propriedade adquirida de Félix Rodrigues Chaves e Maria de Assunção. Sogros de seu filho Manoel Ribeiro da Costa. Esta propriedade foi doada ao filho que montou seu engenho fabricando cachaça, rapadura e açúcar mascavo, o tradicional açúcar de forma. Este engenho deu nome ao povoado. Fundado mais tarde por um bisneto de Manoel Ribeiro. Este marco que deu origem ao povoado foi à primeira casa de escola, construída no ano de hum mil novecentos e dezessete. Por “Guilhermino Rodrigues da Costa, meu avô." Ela foi inaugurada aos quinze de março de hum mil novecentos e dezessete, em plena mata virgem. Meu pai José Rodrigues da Costa filho do seu fundador nasceu em vinte uns de Dezembro do mesmo ano.

Portanto meu avô é bisneto dos dois primeiros habitantes que ocuparam esta paragem conhecida de inicio como Bom Jardim do Picão, atualmente Engenho do Ribeiro. Um distrito promissor com uma população estimada em torno de três mil habitantes. Sendo os dois primeiros, Félix Rodrigues Chaves e Manoel Ribeiro da Costa. Meu avô é Tri neto de Domingos da Costa Vale, e bisneto de Luiz Ribeiro, um dos fundadores de Bom Despacho. Luiz Ribeiro pai de Joaquim Ribeiro casado com Maria Custodia Rodrigues, ela, filha de Manoel Ribeiro, são os avós de meu avô.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 06/03/2010
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