...E a Terra Tremeu!

Foi tudo muito rápido, alguns  segundos apenas, minutos talvez. E lá se foram anos de existência, de história, se foram amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos.

Ao podermos nos equilibrar, sairmos a rua a contemplar o quão ínfimos somos nós frente às fôrças da natureza, o quanto teimamos em desrespeitá-la e em desafiá-la.

As ruas que a tempos vivemos e que tão bem conhecemos, já não existe mais, arborizada, elegante, belas residências, comércio pouco e necessário, tudo ruiu, sumiu.

Para aonde quer que olhemos só escombros, gritos, choros, gemidos, sirenes.

Um cheiro de gás, uma poeira intensa, misturada com a água que jorra sem parar dos canos e hidrantes estourados, como lama hidratante em salões de beleza, gruda na pele feito cola.

Nem chorar podemos, não temos tempo, devemos ajudar a quem precisa, não nos machucamos, nossas perdas foram só materiais.

Quando mais tomamos ciência da situação, percebemos as perdas irreparáveis, inconsoláveis dos muitos filhos e filhas, dos muitos pais e mães que sob escombros estão.

Como é duro perceber o quanto arrogantes, pequenos, fracos e insignificantes somos.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 02/03/2010
Reeditado em 04/03/2010
Código do texto: T2115671
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