...E a Terra Tremeu!
Foi tudo muito rápido, alguns segundos apenas, minutos talvez. E lá se foram anos de existência, de história, se foram amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos.
Ao podermos nos equilibrar, sairmos a rua a contemplar o quão ínfimos somos nós frente às fôrças da natureza, o quanto teimamos em desrespeitá-la e em desafiá-la.
As ruas que a tempos vivemos e que tão bem conhecemos, já não existe mais, arborizada, elegante, belas residências, comércio pouco e necessário, tudo ruiu, sumiu.
Para aonde quer que olhemos só escombros, gritos, choros, gemidos, sirenes.
Um cheiro de gás, uma poeira intensa, misturada com a água que jorra sem parar dos canos e hidrantes estourados, como lama hidratante em salões de beleza, gruda na pele feito cola.
Nem chorar podemos, não temos tempo, devemos ajudar a quem precisa, não nos machucamos, nossas perdas foram só materiais.
Quando mais tomamos ciência da situação, percebemos as perdas irreparáveis, inconsoláveis dos muitos filhos e filhas, dos muitos pais e mães que sob escombros estão.
Como é duro perceber o quanto arrogantes, pequenos, fracos e insignificantes somos.