OPINIÃO
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A OPINIÃO QUE NÃO DEI


Estava lendo o texto Complexo de Isabela, escrito pelo colega Carlos Affonso, e deixava minha opinião a respeito, quando meu senso crítico denunciou que o comentário estava longo demais para ser um comentário, que mais parecia uma resenha. Mas o tema levantado pelo Affonso estava bastante interessante e fiquei me coçando com vontade de alongar meu pensamento a respeito.
Decidi, então, colocá-lo aqui, em minha própria casa, porque se for bobagem, pelo menos estará no meu quadrado.

O Affonso, em seu texto, fala sobre o ciúme e seus estragos, dentro de uma segunda família onde se pretende a presença de membros de uma família anterior.
Sou bem tradicional e radical neste ponto e sinto-me muito a vontade para sê-lo.
Bom dia e Boa tarde são suficientes para manter a civilização. Não há que se desejar uma tenda de ciganos onde todos comem no mesmo tacho.
Conviver com o mesmo sangue já é muito exigível e exigente, imagine-se com gens diferentes e rivais.
Rivais, sim, sejamos sinceros.

Meu pai é meu pai e só meu pai. Minha mãe é minha mãe e só minha mãe.
O pai de um outro, é pai de um outro, a mãe de um outro, é mãe de um outro. Não  há que se pretender dividir um pai ou uma mãe em várias fatias, uma para cada filho, porque pai e mãe são tão indivisíveis quanto o sentimento que ele e ela sentem por seu filho, cada um deles em separado, cada um sendo visto como um ente seu, tal qual o sentimento de filho em relação ao seu pai e sua mãe.
Esses sentimentos são personalíssimos, entretanto, e apesar de , não é raro encontrar pais que dão tratamentos diferentes aos seus filhos, quando são filhos de  mães diferentes, e por este simples fato. Não é raro (também e inclusive) constatar que alguns pais abandonam material e emocionalmente os filhos que teve com suas ex-mulheres, e esses só não morrem à míngua  por força da Justiça que obriga esses monstros apelidados de pais, sob pena de prisão, ou porque as mães e alguns familiares como avós e tios, além de outros, não se permitem a humilhação de mendigar alimentos, educação e saúde para essas crianças desamparadas. 
Alguns desses monstros chegam ao ponto de evitar trabalho com registro em carteira unicamente para fraudar suas próprias crias.
Infelizmente com aval das suas companheiras atuais, que desconhecendo algumas regras básicas de Ética, participam dessas sandices, sem pensar que (no Futuro) elas e seus filhos poderão ser a bola da vez.
Alguns pais não se sentem mais pais quando se separam das mães de seus filhos. A impressão que se tem é que eles fazem uma pequena-grande confusão e acabam jogando tudo no mesmo saco de lixo, mais ou menos assim : filho de ex-mulher é ex-filho. Infelizmente essa é a verdade, e muitas vezes chego a pensar que o amor de alguns homens está contido exclusivamente na cama onde se deitam e com quem se deitam.

Também não creio em convívio harmonioso verdadeiro ( eu disse verdadeiro) entre madrasta e enteada ( e flexões para o gênero masculino). Não creio em convívio harmonioso sincero entre filhos de pais ou mães diferentes. Não creio em convívio pacífico entre ex-maridos e suas ex-mulheres e atuais maridos e atuais mulheres. E não é por falta de civilização - ao contrário, talvez até por execesso, porque essa convivência que pretendem seja para os seres da cultura, só é possivel entre os animais irracionais. Sabe por que ? Porque os irracionais desconhecem os instintos que apelam para nossa necessidade de família, de pertencer, de amar, de ser solidário. Nesse grupo formado por personalidades estranhas e passionais, tudo que existe é um enorme esforço em direção aos bons costumes, nada mais. E ninguém precisa pagar o alto preço de sorrir para quem não gosta e gostar de quem ele não escolheu para fazer parte do seu grupo familiar.

Os homens serão livres quando não forem forçados a gostar de quem não lhes traga bons fluidos, energias positivas.
Serão livres quando não sentirem remorso por não dizer Bom dia ! a pessoas que  não têm motivos para desejar que tenham um bom dia.
Serão livres quando não houver necessiade de fingir que gostam ou esconder que odeiam.

Enfim, serão livres quando puderem ser sinceros, sem sentimento de culpa.

Claro que o comentário que não deixei não era deste tamanho...




ZZZ
Enviado por ZZZ em 19/02/2010
Reeditado em 17/04/2010
Código do texto: T2096367
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