OPINIÃO
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"NEM TODA MULHER GOSTA DE APANHAR ...


só as normais.
As neuróticas reagem”.

Nelson Rodrigues

Lembro-me da primeira vez que li isso, com essa estética.


Fiquei um tanto pensativa se haveria fundamento nas palavras do Nelson.
Será ?



Será, sim, com certeza, pelo que tenho assistido desde histórias em quadrinhos, a romances de autores que tenho como dos bons, que não jogam palavras ao relento, dos pesquisadores dos desvios comportamentais e da psique, de estudiosos essencialmente acadêmicos, cujo interesse repousa no conhecimento e não em uma perseguição  à cata dos aplausos da grande mídia. Nada contra o sucesso e a mídia, claro. Apenas uma referência aos objetivos da Ciência.



Teria Nelson Rodrigues sido, então, um cientista?


Por que não?


Não com esse título, penso que tenha sido (pelo menos) um visionário ou um pensador do óbvio.
Pensar no óbvio parece simples e fácil, mas não é. Poucas pessoas dão atenção ao óbvio e digo 

que pensar no simples tem sido uma das tarefas mais difíceis e complicadas que os homens têm enfrentado.
O excesso de informação talvez esteja pesando e dificultando o pensar no óbvio.


Muita coisa para pensar (acredito que) tumultua o trânsito das informações recebidas e perde-se a noção de prioridade. Perde-se até a noção de realidade, de essência, do valor da verdade.


Talvez este seja um dos alguns motivos que têm levado o ser humano (representado pela mulher) a gostar de apanhar, de sofrer.



Pelo menos é o que tenho observado em nossas atitudes, bastando prestar apenas um pouco de atenção no crescimento assustador de Marias que se apaixonam justamente por José, que ama Joaquina, que se casou com João.
E nem sei o que pensar a respeito da proliferação dos  “clubes de cornos”, todos risonhos e felizes.
Se é verdade o que dizem, então mulheres gostam de apanhar, ao mesmo tempo em que homens fazem até apologia a uma boa surra.

E parece história de bruxa constatar que nossas mulheres mais modernas não estão muito a fim de avaliar coisas simples em suas relações com seus parceiros, coisinhas básicas, como por exemplo, amor sincero, fidelidade, ética e até mesmo boa educação e cordialidade, enquanto se desesperam em prantos por brucutus sem caráter, marionetes à espera do “se dar bem”, espécies da Idade da Pedra, desaconselháveis para convivência em nossa Era.


É nessa parte que o combatido e polêmico Nelson Rodrigues entra em ação.

(Em tempo : vejam-me na lista das neuróticas ...)


ZZZ
Enviado por ZZZ em 14/02/2010
Reeditado em 17/04/2010
Código do texto: T2087263
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