Política e a necessidade da moral

Juriti do Capim Santo está em festa, foguetórios e grande fartura de comida é o que o povo desfruta nestes dias em que se aproximam as eleições municipais. Sem precisar dizer que também tem tapinhas nas costas para todas as idades, brancos e negros, dentados e sem dentes, bonitos e feios. Na verdade as votações aconteceram no Lajedo que a partir do próximo ano passaria a comandar politicamente o destino do inóspito lugar, onde Cerca de 50 famílias são distribuidas no oco do sertão ardido, passando fome e sustentando uma taxa de mortalidade infantil pior que Angola. Vão vivendo conforme Deus é servido e os braços aguentarem cortar de foice, machado e rasgar a terra com a enxada. Lajedo é uma pequena cidade a cem km de Juriti que nunca se interessou pelos seus problemas, até agora em que as familias de Zé Duque e Dona Laura os coronéis latifundiários saqueadores dos pequenos posseiros, descobriram que podiam fazer parte da farra corrupta de lá, pois o Prefeito é parente de um governador que apareceu na televisão chefiando uma máfia de propinas na capital do país. Assim empurraram dois dos seus mandriões para candidataram-se. A política como sempre é artificio que alguns homens para testar suas popularidades e aumentar prestígios financeiros junto as castas. Essa política lucrativa foi crescendo através dos tempos em que o povo, dono do poder que é o voto, se entregou meramente a barganha de quase nada, assim este candidato repleto de intensões pessoais se achou na razão de já ter pago pelo voto após ser eleito, e como na cabeça dele o cidadão não existe vai curtir o mandato da melhor maneira possível.Como politiqueiro torce para que o eleitor prossiga assim, trocando sua arma por superflúos e sem questionar o que é a verdadeira política. Desprovido dos conhecimentos Aristotélicos este individuo não sabe que a função da política é investigar e descobrir quais são as formas de governo e as instituições capazes de fazer a felicidade coletiva. Da parte de Zé Duque, o indicado foi Nozinho o filho problema que fora mandado para diversas cidades do país para estudar, mas a formação que alcançou foi uma série de processos por tráfico de drogas, estelionato e até furtos, se o pai não fosse tão ligado as maracutais de Brasilia provavelmente estaria trancafiando em algum presidio de segurança máxima.· A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa. (Jô Soares) Quando apareceu esta chance de entrar para a corrupção do Lajedo sendo indicado pelo povo do Juriti, seus olhos brilharam com a possibilidade de dinheiro fácil. Dona Laura indicou o Tonho que também é ex-presidiário, porém por roubo de cargas na cidade de Belo Horizonte. Depois de cair algumas vezes nas garras da polícia e pagar fiança foi aconselhado por um delegado da Federal que recebeu um incentivo na conta do Banco , para sumir da capital mineira pelo menos por um tempo até que seu nome fosse esquecido, por algumas autoridades que não aceitavam o mesmo incentivo. Diversas quadrilhas vão se formando para ocuparem os lugares de destaque no cenário Nacional, vão se valendo dos prestígios e do dinheiro que injetam nas veias do povo que se esquece com facilidade. O Presidente do Senado que andou na corda bamba, e foi salvo por favores que prestou ou se comprometeu prestar, deve voltar com o bigode pintado ou o cabelo penteado de lado. O tal Arruda deve voltar como guiné, e a “Serra desmatada “ afilhado de FHC tenta descarrilhar o trem da dinastia Neves. E assim : “A política é uma delicada teia de aranha em que lutam inúmeras moscas mutiladas.” (Alfred de Musset). Que apesar de tudo é nosso mal necessário.