Um Banho de
Felicidade...
Hoje eu abri mão do bom senso e tomei banho de chuva. Não me importei com os perigos oferecidos pelo horário (+_15h), nem temi os relâmpagos que cortavam os céus ou os trovões ensurdecedores que acompanhavam o barulho da água que caia livremente do céu e lavava a terra...
Nada roubou minha alegria e meu desejo de ser banhada pela pureza daquela chuva torrencial.
Fui para rua encharcada de liberdade e nem me questionei sobre o lixo que vi descendo nas águas puras que caiam do céu. Não, hoje eu não me permiti pensar na destruição que o homem está fazendo em nosso planeta...
Olhei para o céu cinzento, que derramava sobre mim o orvalho da vida e não deixei que a lembrança do sangue derramado pela banalização da violência sujasse a paisagem que meus olhos queriam ver...
Deixei-me seduzir pelos relâmpagos que antecediam o canto de liberdade trazido pela chuva, que faz germinar a semente da vida, e não parei para pensar nos lugares onde esta mesma chuva é sinal de dor, desespero e medo...
Não, hoje eu não abri meus olhos para o mundo ao meu redor, quis apenas viver a intensa alegria de tomar banho de chuva, de andar livremente sentindo os pingos d’água batendo em meu rosto, de abrir os braços e me deixar abraçar pela vida líquida que corria livre em meu corpo...
Senti-me revigorada e leve após meu passeio vespertino sob a forte chuva que caiu em minha cidade e depois, só depois, pensei em como podemos ser egoístas quando estamos diante das manifestações da mãe natureza... Logo ela que é tão generosa!
Hoje, nem a saudade me impediu de viver a intensa felicidade de brincar de ser criança...