Graça de Deus
A Graça de Deus. Favor imerecido, não apenas imerecido, mas também inalcançável.
Vou devassar a mim mesmo. Forçar meu orgulho e brio a darem alguns passos para trás. Reconheço-me pecador e meus pecados. Mas não vou listá-los aqui, ainda não estou pronto para expô-los publicamente. Mesmo que o faça diante de Deus não estou pronto para fazê-lo diante doa homens.
Como pecador, deveria estar em algum ponto inalcançável pela graça. Não pelos meus pecados serem abominações perante os homens, para dizer a verdade, a maioria dos homens me acompanharia no banco dos réus. Culpado por roubo, luxúria, mentira, vícios... Podemos enumerá-los aqui. Podemos também camuflá-los, mas nunca removê-los ou oculta-los, às vezes nem mesmo dos homens, quanto mais de Deus.
Fomos, no éden, criados irrepreensíveis, possíveis de apenas uma transgressão, desobediência. Passível de uma conseqüência. A morte. Neste caso é necessário ressaltar que a morte é a separação total de Deus. A morte, não é punição à transgressão e sim a transgressão. O ato de desobediência tem em si duas naturezas separação e morte. Sendo a desobediência a firme escolha de rejeitar Deus e tudo que ele planejou para nós.
O homem, firmado sobre seus pés. Tinha no Éden a escolha de ter o não Deus para sempre como um amigo. Uma escolha possível apenas pela presença da arvore proibida no jardim. Posta ali apenas para mostrar ao homem que este era um ser livre, capaz de escolhas. Se obedecêssemos estaríamos escolhendo a Deus, e ficaríamos n’Ele, sendo aperfeiçoados por Ele. Quando O rejeitamos Ele nos concede o desejo de nosso coração e se retira de nós. Ainda seremos a Sua imagem, mas não estaremos mais n’Ele e nem sobre Ele, não seremos mais aperfeiçoado n’Ele. E para que nosso desejo seja completo, há um lugar onde nem mesmo o ambiente ao nosso redor irá transmitir a presença de Deus, a essência de sua glória.
Mas a escolha foi feita, e escolhemos rejeitar Deus. Achamos possível nossa auto-suficiência.
Perdemos-nos dentro de nós mesmos. Acostumamos-nos com nossa situação. Achamos que nosso universo de dor e pecado é a melhor coisa que nos aconteceu.
É este tipo de pecador que olha nos olhos de Cristo, chega a sentir o fervo do mestre na alma, porém se esqueceu do Pai e senti um vazio em seu ser que nunca será preenchido sem a verdadeira e pura essência de Deus.
Há outros, os que se lembram do Pai, porém se preocupam mais com o próximo, julgando-os e condenando-os. Seus pecados podem ser grandes, mas para ele, não são nada comparados aos pecados de seus irmãos. É este que mede a graça e justiça de Deus limitando-a para poder dizer quem esta mais ou menos suja. É este o que subestima o poder do pecado achando que pode categorizá-lo em níveis diferente, negligenciando que todos estão sujos aos olhos limpos de Deus. – Porque todos pecaram e separados estão do amor de Deus –
Todos. Independente de qual seja o seu pecado. Estamos todos no mesmo quarto escuro. Não temos posse da chave para virmos para luz. Mesmo que alguns de nós tenhamos se acostumado com o escuro e esquecido do Pai que espera na luz. Mesmo que haja aquele que espera o Pai para poder diante dele acusar seus irmãos. Todos estão na lama do pecado. Mas existe um que espera calado, este eleva o pensamento ao Pai, ele não quer esquecer-se da glória de Deus, e seu coração ferve. Este reconhece sua incapacidade de sair da escuridão, este espera ao pé da porta, espera uma graça imerecida, um favor do Pai.
“Não há solução para o problema do homem. Ele fez sua escolha, escolheu a escuridão. É culpado de egoísmo, egocentrismo, culpado pela transgressão a sua palavra e pela rejeição a sua presença” – satanás, no Edem, nos ofereceu a mesma mentira que dominou seu coração nos tempos eternos. Nos disse que podíamos ser como Deus. Que não precisávamos de Deus que podíamos decidir por nós mesmos o que era certo e errado.
Pecamos contra o pai que nos criou, cuspimos em sua face, apontamos o dedo para Deus e lhe dissemos que poderíamos decidi por nós mesmos. Tomamos o caminho errado, saímos de sua presença para descobrirmos que o outro lado da porta é um quarto escuro onde somos julgados e sempre condenados como culpado. Culpado por toda transgressão que cometemos contra nós mesmos e contra Deus.
Ainda sentimos a presença do pai, mas ele esta inalcançável.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Jo 3:16” não foi surpresa para Deus, e ele enviou resgate. O seu filho, como homem, atravessou o espiritual e andou sobre um mundo envolto em pecado e escuridão.
Nossos olhos virão o filho da luz invadir as trevas. Ele estava lá em pessoa, devassou a escuridão em busca de mim e você. Estava lá para manifestar não só a justiça, mas a graça de Deus.
Dentro das trevas o Deus homem tomou sobre si tudo que nos pesava diante do justo juiz e foi condenado a morrer a nossa morte e sofrer o nosso triste destino – Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaias 53.5 –
O céu parou. Deus, o justo Juiz, condenou a transgressão do homem em seu próprio filho, o filho se ofereceu santo para pagar a divida. Fomos condenados como culpados, mas estávamos livres, a divida estava paga por Cristo na Cruz.
O inferno estremece, a morte estremece, a escuridão resplandece a noite torna-se dia. O Filho esta de pé. Todos os que o transpassaram perdoado. E o Pai a sorrir. Sob nós apenas o peso de decidir viver a nova vida que Cristo nos deu ou não.