PROMESSA PARA INGLÊS VER


Já faz algum tempo que a Lei Seca no Trânsito está vigorando. Esperava-se que os resultados apresentados após o primeiro ano de sua vigência fossem bem mais promissores.

O slogan nacional “se beber, não dirija”, amplamente divulgado pelos veículos de comunicação de massa deste país, coloca o indivíduo que tenciona guiar um carro após a ingestão de uma dose do seu trago habitual, num descumpridor contumaz dessa lei, mas será que a aplicação dela tem sido realmente eficaz?

Eu não tenho visto nenhum consumidor de bebida alcoólica preocupado em cumprir os ditames dessa lei, mesmo sabendo que no momento em que entrar em ação tenderá a se transformar no sujeito que receberá a ação punitiva do poder público.

Quanto ao poder público, o pouco que se sabe a respeito é que ele ao tentar exercer o seu papel de órgão fiscalizador por meio de seus agentes, tem andado meio capenga nas suas atitudes e nas vezes que tem tentado agir de forma enérgica, não consegue fazê-lo a contento. Já há quem diga que essa é mais uma lei que se está se transformando numa “promessa para inglês ver.”

Percebe-se, a olho nu, que os “consumidores assíduos e sem moderação” não estão nem aí com os perigos e eventuais problemas advindos da ingestão indiscriminada de bebida alcoólica e tentam a todo instante burlar a tal Lei Seca.

O Ministério da Saúde em comum acordo com os fabricantes de bebidas alcoólicas, através de mensagens expressas nos reclames comerciais, fazem um alerta: beba com moderação.

Isso já é um grande avanço, mas do jeito que as coisas vão, há de chegar o dia em que os fabricantes de bebidas alcoólicas “cairão na real” e ao invés de recomendar que o consumidor final do seu produto o faça com moderação, irão alertar que ele reflita um pouco antes de fazer uso dele, mesmo que, mais tarde, isso tenda a se transformar em mais uma “promessa para inglês ver”.