As Ruas

Ascendo um cigarro vejo as horas passarem feitas um avião supersônico zumbindo meus ouvidos. Estou na janela do meu apartamento, vejo prédios imensos longe dos olhos, escuto o barulho dos automóveis desfilando na avenida central a música que toca na vitrola me faz lembrar de bons tempos de antigamente.

Homens vestidos de terno, com suas maletas secretas em um dia de inverno, manhã cinza e pálida, nos cantos da cidade, viciados esperam o bar abrir para se alimentarem, jovens com espinhas no rosto, bebem cerveja em plena luz do dia atirando-se em amores alcoólico, sobrevivendo em um mundo cruel e sádico com sorrisos amarelos escondidos dentro de quartos de pensão.

Prostitutas e travestis ensaiam a vida, parados no farol em busca de trocados, luzes que piscam em plena madrugada, a espera de clientes o profano gritando para o mundo. Pessoas em perigo atrás de diversão, carros passeiam com o intuito de festejarem a madrugada, Bem vindos a São Paulo.

Arturo Bandini

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Enviado por bandini em 27/07/2006
Código do texto: T203032