textos vários...
04/12/04
A dor da mentira
Existem certas coisas que não consigo compreender; porque me mentem, por exemplo. Se uma pessoa me mente é porque tem algo a esconder.
E simplesmente me pergunto: Porquê?...
Se uma pessoa me está a mentir, algo me está a esconder, e simplesmente não percebo porque essa pessoa me esconde alguma coisa...
Será que essa pessoa não compreende que só a vou aceitar e admirar se ela for verdadeira para mim?... Só a verdade me faz admirar algo ou alguém.
Houve alguém que me mentiu há bem pouco tempo. E essa pessoa era, e é, muito especial para mim. E o que doeu mais foi isso...
Senti que não merecia aquilo. E voltei a perguntar-me: Porquê?...
Que necessidade tinha essa pessoa de fazer o que fez?...
Ela não tinha, nem tem, necessidade de me dar essa dor.
Então, porque o fez?...
Cansei-me de tantos “Porquês?”... E limitei-me a aceitar que a fraqueza foi dessa pessoa e não minha, e não tinha de me sentir culpado.
Afinal, não fui eu que menti... Mas doeu saber que certas pessoas para poderem enfrentar a realidade, sentem a necessidade de mentir.
Mesmo que isso magoe alguém.
Mesmo que esse alguém seja eu.
Ou tu.
Ou quem quer que seja.
E é por certas pessoas serem assim que não as compreendo.
E nem as consigo compreender.
E por isso é que dói ...
Por vezes gostava de perceber o “comportamento humano”, mas quem sou eu para querer isso?...
Isso, ou alguma coisa?...
Se essa pessoa me mentiu, então não sou eu que tenho de me sentir mal mas sim essa pessoa. Mas acho que já sei porque me senti, e sinto, mal com uma fraqueza que não foi minha, com uma atitude que não é, nem nunca será, a minha...
Eu disse que essa pessoa era, e é, muito especial para mim...
Desculpem mas eu menti...
Essa pessoa já foi muito especial para mim mas já deixou de o ser, e deixou de o ser no dia em que me mentiu...Pois quem me mente não merece a minha amizade quanto mais o meu coração...O esquisito é que não deveria doer... Mas ainda dói...Dói bastante!...
E o que mais dói é não saber porque doeu assim tanto...
E porque ainda dói...
05/12/04
Sensibilidade / Fragilidade
Há que julgue que “ser sensível” é “ser fraco”.
Absolutamente não.
Pois quem mostra os seus sentimentos é alguém com muita coragem, principalmente nos dias de hoje, em que a hipocrisia e o artificialismo tomaram conta de tudo e, de quase, todos. Já houve tempos em que eu tinha uma personalidade fingida colada numa atitude irreverente e eu não era feliz, pois eu não mostrava o que eu realmente era mas o que me convinha mostrar. E só quando fui capaz o que sou, como penso e como sinto, é que comecei a conhecer o sabor da palavra FELICIDADE. E hoje sou feliz pois já não tenho mostrar o que sou, pois é mostrando o que sou, e partilhando o que penso e o que sinto, que EU SOU mais EU.
Se “ser sensível” é ser fraco, então Jesus era um fraco e eu também sou.
E não me envergonho disso.
Houve alguém que disse um dia: “O Amor liberta. Mas todo aquele que mostrar cepticismo em relação ao Amor, então também mostra a vulnerabilidade do seu próprio ser e a sua grande pobreza de espírito.”
Por isso, nunca confundas sensibilidade com fragilidade. “Ser fraco” é não assumir que se sente, ou que se é capaz de sentir alguma coisa.
É a maior fraqueza do Homem.
E quando esse mesmo “homem” encontra alguém “sensível”, estranha esse alguém alguém e o chama de “fraco”.
O que me dá pena é que a pessoa que chamou de “fraco” ao “sensível”, ele próprio, nessa altura projecta a sua própria fraqueza nessa pessoa pois não tem coragem de dizer: “Sou fraco!”.
Quanto a mim, não sou fraco, não sou forte.
Sou sensível o suficiente para assumir a minha fraqueza, e ao assumir isso, torno-me mais forte. E é mostrando essa força que tenho, que sou tudo e nada ao mesmo tempo.
E sendo assim, quanto menos eu quero mais eu tenho.
Quanto mais eu tenho , mais eu dou.
E torna-se um ciclo vicioso ser assim, sentir assim, ser fraco assim.
Será sensibilidade, força, ou fragilidade minha?...
Pensa nisso...
posted by Zeca Soares @ 12:10 PM 5 comments
Sexta-feira, Dezembro 03, 2004
Sensibilidade fingida
22/11/04
Arrogância
Um homem muito arrogante morreu e foi bater às portas do Céu.
Um anjo do Senhor lhe apareceu e perguntou-lhe: “Quem és?...” e
“O que queres daqui?...”, ao que o arrogante lhe respondeu: “Abre as portas: Vou para o Céu!”
Ao que o anjo retorquiu: “Não podes entrar!... Não te lembras de mim?...”. “Não!”, respondeu.
“Sou aquele pedinte que um dia te pediu uma esmola e respondeste: “Vai para o inferno!”. E é para lá que vais...
E foi para lá que ele foi.
Um sem abrigo lá da aldeia morreu subitamente, e conta a lenda, que ele foi bater às portas do Céu.Õ mesmo anjo do Senhor lhe aparece e pergunta-lhe: “Quem és?” e “O que queres daqui?...”
“Não sou ninguém. Sou um simples sem abrigo. Minha vida foi um verdadeiro inferno. Bati aqui apenas para saber se vou continuar no inferno depois de morrer...”
Ao que o anjo lhe disse: “Podes entrar...Não te lembras de mim?...”. “Não”, respondeu.
“Sou aquele pedinte que um dia tinha fome, e do pouco quer tinhas, me deste tudo o que tinhas para comer...Neste dia ganhaste o Céu...”
E continuou dizendo:
“Entra...O céu espera-te!... E é para lá que vais...
E foi para lá que ele foi.
E você, caro leitor, vive no Céu já em vida, ou vive num inferno constante toda sua vida?...
Pense nisso...
25/11/04
Hipocrisia
A nossa sociedade, muitas vezes, não evolui porque a mesma não o quer.
Li, não sei onde, que a partir de Janeiro não se pode fumar tabaco em locais públicos. Ainda há pouco tempo houve a despenalização do consumo de drogas leves, ou seja, já se pode consumir e/ou fumar charros na via pública. Mas a partir de Janeiro vamos poder fumar um charro na rua e não vamos poder fumar um cigarro no café. Que sociedade é esta, meus amigos, que utiliza dois pesos e duas medidas?... A sério... Não percebi...
E no entanto vamos ver pessoas a saírem do café para virem fumar um cigarro cá fora, enquanto que cá fora passeia, descontraidamente, alguém com um charro no canto da boca.
É impressão minha, ou estamos a menos de um mês de assistir a isso nas nossas ruas?...
Ruas duma cidade que pretende desenvolver-se.
Cidade perdida num país esquecido.
País que quer sobressair na União Europeia e acaba por decidir tomar esse tipo de decisões. Cá para mim, não se proibia o tabaco em locais públicos mas sim os charros na via pública.
No máximo, e na melhor das hipóteses, nos sítios públicos separavam-se salas para os fumadores e outra para os não fumadores, tal como as sociedades (supostamente) civilizadas o fazem.
Essa decisão só me/nos vem mostrar, mais uma vez, que Portugal é um país de decisões fáceis e de soluções difíceis, senão quase impossíveis.
Um país que navega ao sabor de outros tantos e que esquece que tem vontade própria e que pode decidir por si. Quanto a mim acho que essa decisão cabe a cada um de nós que deveria ser tomada por cada um de nós. Pense nisso...
27/11/04
“ Nunca trates ninguém duma forma dispensável, pois esse alguém irá agir duma forma dispensável. E acaba se afastando...
E, ao se afastar, tu é que te tornas dispensável...
Acorda!... Ou, pelo menos, pensa nisso...” - Zeca Soares
27/11/04
A imagem duma pessoa divide-se em duas partes, para mim, bastante distintas. A forma como te vêem e a forma como és.
A forma como te vêem baseia-se na imagem que dás. A forma como és, é como queres que os outros te vejam mas que só tu consegues ver.
E se a sociedade não te vir como realmente és, mas sim como te querem ver, então a imagem que tu próprio dás de ti, é que talvez não seja a melhor. Aqui nesta situação deve-se aplicar a “teoria do espelho”.
Olha o espelho e vê tua imagem reflectida. Aquilo que vês, é o que queres ser ou o que realmente és?... Se aquilo que vês não é a imagem do que realmente és, então a sociedade talvez até tenha razão naquilo que afirma que és. Olha o espelho mais uma vez, e a pessoa que vires reflectida, olha bem no fundo dos seus olhos e pergunta: “Estou vendo o que sou ou aquilo que quero ser?...”
Se vires o que és e não o que queres ser, está na altura de mudares alguma coisa. Se aquilo que vês é realmente o que queres ser, então não precisas de mudar nada, e a tua sociedade está errada quanto à imagem que tem de ti. Quanto a mim, quando olho ao espelho vejo o homem que sou e o homem que quero ser, mas também reparo que bastante a minha vida mudou para que pudesse crescer. Portanto se a imagem que vês não é nem a imagem daquilo que queres ser nem sequer a imagem mais correcta daquilo que a sociedade pensa de ti, então faz as mudanças que tens de fazer, para que duma próxima vez que te olhes ao espelho, vejas não o que és mas aquilo que um dia sonhaste ser.
Quando atingires esse nível, sinceramente te digo, que aquilo que a sociedade pensa de ti não interessa, pois já deixaste de ser quem tu eras para passares a ser aquilo que um dia gostarias de ser.
E quem consegue isso não se importa com a opinião duma sociedade pois ele próprio mudou a imagem da sua própria sociedade, mudando-se a si mesmo...
03/12/04
Carta aberta à hipocrisia
Esta semana dei de caras com a maior prova de que a hipocrisia existe numa forma, inexplicavelmente, humana. Fizeram-me um convite para fazer um tipo de trabalho. Convite esse que, prontamente, aceitei.
Marcamos uma data para a entrega do dito trabalho, a qual respeitei.
Depois do trabalho concluído, a mesma pessoa que me pediu o “tal” trabalho não o aceitou, não por não estar bom, mas por estar bom demais para o poder aceitar.
Sinceramente, não percebi...
Se isso não é hipocrisia, por favor, elucidem-me, e digam-me o que é.
Pedi-me que me explicassem e ninguém o fez. Ninguém o conseguiu.
Então, dirigi-me à hipocrisia na 1ª pessoa e perguntei-lhe: “Porque existes, hipocrisia?...”. Ela respondeu-me: “Porque o Homem precisa de mim. Ele é que me criou, e ele é que há-de me destruir. Desde que o queira. Basta querer e simplesmente o Homem não o quer.Por isso continuo a existir.”
Baixei a cabeça e parti. Infelizmente, não pude contra argumentar com ela. Ela tem razão. A hipocrisia existe porque o Homem assim o quer.
Tal como tantas outras coisas que existem e que o Homem permite que as mesmas continuem a existir. Simplesmente porque quer.
E continua a querer que as mesmas existam. E depois pergunta-se a si mesmo no auge da sua própria hipocrisia: “Porque isso me aconteceu?... Porque isso me acontece?...A mim e a toda a gente?...”
E essa pergunta mostra a hipocrisia máxima da nossa existência.
Será assim, ou simplesmente será a minha hipocrisia a falar por mim próprio?...
Ou somos ou não somos.
Ou temos ou não temos.
Não podemos ser e não ser ao mesmo tempo.
Não podemos ter e não ter ao mesmo tempo.
A dualidade existencial sempre existiu e existirá sempre.
A hipocrisia só existirá enquanto o Homem a permitir.
Até quando, Homem, irás permitir que ela exista?...
Mea culpa ou hipocrisia minha?...
posted by Zeca Soares @ 4:50 PM 0 comments
Domingo, Novembro 07, 2004
Sensibilidade fingida
Just to thing:
Ao passar pela rua, ouvi alguém a dizer a outro alguém: "O dia hoje está esquisito." Não percebi. O dia estava lindo...
Então, só mais tarde percebi que o que estava "esquisito" era a pessoa em questão e não o dia. Nós temos sempre a tendência em projectar o que sentimos nas circunstâncias que nos rodeiam e vice versa. Ele não se estava a "sentir bem" e depois o dia é que estava "esquisito".
Mania que as pessoas têm de transporem os seus problemas para outras coisas que não têm nada a ver.
Se eu me estiver a sentir bem comigo próprio, as circunstâncias que me rodeiam, e o ambiente em que me encontro, são-me completamente indiferentes. Mas, ao invés disso, se eu não me estiver a sentir bem comigo próprio, o que sentir nessa altura, é imediatamente projectado no ambiente que me rodeia e, independentemente das circunstâncias em que me encontrar nessa altura. Quando nunca deveria ser assim...
Pensamentos negativos atraiem fluidos negativos e isso reflecte-se duma forma negativa nas nossas vidas. Pensar duma forma positiva torna-nos mais criativos, pois recebemos a informação no nosso cérebro duma forma mais natural, e isso reflecte-se na nossa vida duma forma bastante positiva.
Por isso, nunca tentes modificar o ambiente que te rodeia, nem as circunstâncias em que te encontras, só por não te sentires bem.
Exterioriza o que te faz sentir mal, gritando, desabafando, partilhando...enfim, torna mais leve esse teu fardo e, com fé, segue em frente, e verás que o que se torna "esquisito" é os outros não se sentirem como TU!
Pensa nisso. E fica em paz...
Contigo. Com toda a gente. E com o mundo que te rodeia.
Segue em paz e sê feliz...