O óbvio
Não gosto de escrever sobre o óbvio. Principalmente de maneira óbvia. Se eu encontrar um jeito não óbvio de escrever sobre o óbvio, talvez até escreva.
Mas o que é o óbvio afinal? Obviamente alguém estará se perguntando. Ou esperando explicação minha.Óbvio é o que está em evidência. O que está na cara.
No momento dois assuntos são óbvios no Brasil – A tristeza das tragédias provocadas pelas chuvas, que são tragédias anunciadas e o fiasco de Bóris. Muita gente escreve sobre esses assuntos e não acrescenta nada. Mesmo as notícias acabam se tornando óbvias. E, quando aparece um novo acontecimento obviamente a mídia muda de foco. Passam-se os quinze minutos de fama para uns e começam para outros.
Mas, apesar de não gostar, leio sobre o óbvio. Talvez a procura de um ponto de vista menos óbvio. E, quando encontro alguma coisa que chame a minha atenção,por qualidade ou aberração, até reflito sobre ela. Comento. É então que caio na mesma esparrela – falo do óbvio.
Todos nós precisamos de uma fonte que nos forneça assunto para conversas. Ou para reflexões. A mídia é essa fonte. Norteia os nossos pensamentos, nossas conversas. E a mídia está cada vez mais necessitada de assuntos para manter o seu poder de influência junto às pessoas. Menos seletiva. Menos ciosa da verdade. Mais provocativa e por que não? Mais desrespeitosa. Ora desrespeita o público, ora o alvo de seu trabalho.
Vejamos o caso da moça do vestido rosa. Ela foi para a aula como se fosse para uma festa. Problema dela. Todo mundo pode ser brega, cafona, out e sei lá quantas palavras mais existam para designar pessoas consideradas de mau gosto, se bem que gosto é, e deve continuar sendo, uma questão de preferência. Ela provocou e se expôs. Um bando de idiotas resolveu tirar o sarro, agindo como bichos. Foi preciso chamar a polícia. A moça ficou em evidência. A escola, omissa quanto as regras de comportamento dentro de seu domínio, a escola que conhecendo sua clientela deveria ter previsto o acontecido e nada fez, achou por bem expulsá-la. Mas não aos baderneiros. Foi outro assunto para a mídia. Prós e contras mais contras que prós a Escola voltou atrás. A moça resolveu não voltar. Preferiu curtir seus quinze minutos longe da Escola e perto dos holofotes. Espertinhos, querendo também os seus minutos de fama passaram a patrociná-la. Serviço completo para ganhar em cima da notoriedade dela que continuou aparecendo, ali e aqui, mas sem estrutura ninguém consegue se manter no pódio. Ainda aparece ali e aqui, ganha um dinheirinho,uns presentinhos, a moça do vestido rosa. Mas qual é mesmo o nome dela? Óbvio que eu não me lembro. Você se lembra?
Domingo, 3 de janeiro de 2010
Maria Olímpia Alves de Melo
(imagem Google)
Não gosto de escrever sobre o óbvio. Principalmente de maneira óbvia. Se eu encontrar um jeito não óbvio de escrever sobre o óbvio, talvez até escreva.
Mas o que é o óbvio afinal? Obviamente alguém estará se perguntando. Ou esperando explicação minha.Óbvio é o que está em evidência. O que está na cara.
No momento dois assuntos são óbvios no Brasil – A tristeza das tragédias provocadas pelas chuvas, que são tragédias anunciadas e o fiasco de Bóris. Muita gente escreve sobre esses assuntos e não acrescenta nada. Mesmo as notícias acabam se tornando óbvias. E, quando aparece um novo acontecimento obviamente a mídia muda de foco. Passam-se os quinze minutos de fama para uns e começam para outros.
Mas, apesar de não gostar, leio sobre o óbvio. Talvez a procura de um ponto de vista menos óbvio. E, quando encontro alguma coisa que chame a minha atenção,por qualidade ou aberração, até reflito sobre ela. Comento. É então que caio na mesma esparrela – falo do óbvio.
Todos nós precisamos de uma fonte que nos forneça assunto para conversas. Ou para reflexões. A mídia é essa fonte. Norteia os nossos pensamentos, nossas conversas. E a mídia está cada vez mais necessitada de assuntos para manter o seu poder de influência junto às pessoas. Menos seletiva. Menos ciosa da verdade. Mais provocativa e por que não? Mais desrespeitosa. Ora desrespeita o público, ora o alvo de seu trabalho.
Vejamos o caso da moça do vestido rosa. Ela foi para a aula como se fosse para uma festa. Problema dela. Todo mundo pode ser brega, cafona, out e sei lá quantas palavras mais existam para designar pessoas consideradas de mau gosto, se bem que gosto é, e deve continuar sendo, uma questão de preferência. Ela provocou e se expôs. Um bando de idiotas resolveu tirar o sarro, agindo como bichos. Foi preciso chamar a polícia. A moça ficou em evidência. A escola, omissa quanto as regras de comportamento dentro de seu domínio, a escola que conhecendo sua clientela deveria ter previsto o acontecido e nada fez, achou por bem expulsá-la. Mas não aos baderneiros. Foi outro assunto para a mídia. Prós e contras mais contras que prós a Escola voltou atrás. A moça resolveu não voltar. Preferiu curtir seus quinze minutos longe da Escola e perto dos holofotes. Espertinhos, querendo também os seus minutos de fama passaram a patrociná-la. Serviço completo para ganhar em cima da notoriedade dela que continuou aparecendo, ali e aqui, mas sem estrutura ninguém consegue se manter no pódio. Ainda aparece ali e aqui, ganha um dinheirinho,uns presentinhos, a moça do vestido rosa. Mas qual é mesmo o nome dela? Óbvio que eu não me lembro. Você se lembra?
Domingo, 3 de janeiro de 2010
Maria Olímpia Alves de Melo
(imagem Google)