O PRATO EM QUE VOCÊ COMEU
Muitas vezes costumamos dizer “as pessoas”, quando queremos nos referir a apenas uma pessoa, uma pessoa determinada, uma única pessoa.
Também incorremos no erro de dizer “os homens’, quando nosso objetivo é fazer alusão a um homem, aquele exato homem ao qual nosso pensamento se detém, naquele exato momento.
Os ditados populares, não tendo destinação específica, generalizam. Mas não podemos generalizar quando nos apropriamos de um ditado, sob pena de incorrermos em injustiça com as pessoas que nos querem bem.
Sim, porque há sempre pessoas que nos querem bem, e esse querer não é gratuito. Esse querer é resultado do bem querer que dedicamos a essas pessoas, e demonstramos.
Porque não basta querer bem. É preciso demonstrar isso.
Queremos bem a muitas pessoas e demonstramos isso em nossas atitudes, em particular atitudes de solidariedade e daquele a mais que fazemos por ela, além do que qualquer outro faria. Esse a mais é o detalhe que faz a diferença. Esse a mais significa o quanto somos sinceros em nosso querer bem, em nossa disposição para estar por perto a qualquer momento e em qualquer circunstância. Esse a mais que disponibilizamos, penso eu, ele é o motivo de nos levar a grandes decepções e mágoas irreparáveis, quando ignorado e até objeto de deboche.
Não que eu tenha vocação franciscana, mas entendo que não perdemos pelo pão que ofertamos, principalmente quando o fazemos sem esperar que a pessoa se humilhe em mendicância.
Nunca tive o hábito de esperar que alguém me pedisse o que eu sentia que ela precisava, porque nunca vi necessidade de me sentir heroína, aproveitando-me da fraqueza alheia. Porém, hoje vejo que talvez essa não seja a modalidade mais correta de socorrer e compartilhar.
Talvez o mais correto e mais próximo do comportamento humano seja esperar que alguém não só peça, mas implore por um copo d´água. E será bem normal, e bem próximo do comportamento humano, esperar que a garganta de quem nos pede água já esteja quase ferida, de tanta sede.
Sabe por que?
Porque é assim que é normal.
É assim que o mundo gosta.
É assim que essa pessoa com sede quer ser tratada.
Pelo menos ela vai se lembrar que pediu. Que você fez porque ela pediu muito, porque ela necessitava muito.
Caso contrário, com o passar do tempo, quando ela morar perto de algum rio, ela ainda vai encontrar todos os defeitos na água que você lhe deu, vai dizer que o copo era sujo, e que a água nem era tão boa assim, e que você pode ficar com sua água e regar plantas, se você quiser.
O detalhe é que enquanto não morava perto do rio, ela sempre gostou de beber da sua água.
A propósito, veio ao meu pensamento a idéia de que é melhor não jogar fora o prato em que você comeu, porque pode sentir fome outra vez, e cadê o prato?
Então, cuspa, apenas.
Muitas vezes costumamos dizer “as pessoas”, quando queremos nos referir a apenas uma pessoa, uma pessoa determinada, uma única pessoa.
Também incorremos no erro de dizer “os homens’, quando nosso objetivo é fazer alusão a um homem, aquele exato homem ao qual nosso pensamento se detém, naquele exato momento.
Os ditados populares, não tendo destinação específica, generalizam. Mas não podemos generalizar quando nos apropriamos de um ditado, sob pena de incorrermos em injustiça com as pessoas que nos querem bem.
Sim, porque há sempre pessoas que nos querem bem, e esse querer não é gratuito. Esse querer é resultado do bem querer que dedicamos a essas pessoas, e demonstramos.
Porque não basta querer bem. É preciso demonstrar isso.
Queremos bem a muitas pessoas e demonstramos isso em nossas atitudes, em particular atitudes de solidariedade e daquele a mais que fazemos por ela, além do que qualquer outro faria. Esse a mais é o detalhe que faz a diferença. Esse a mais significa o quanto somos sinceros em nosso querer bem, em nossa disposição para estar por perto a qualquer momento e em qualquer circunstância. Esse a mais que disponibilizamos, penso eu, ele é o motivo de nos levar a grandes decepções e mágoas irreparáveis, quando ignorado e até objeto de deboche.
Não que eu tenha vocação franciscana, mas entendo que não perdemos pelo pão que ofertamos, principalmente quando o fazemos sem esperar que a pessoa se humilhe em mendicância.
Nunca tive o hábito de esperar que alguém me pedisse o que eu sentia que ela precisava, porque nunca vi necessidade de me sentir heroína, aproveitando-me da fraqueza alheia. Porém, hoje vejo que talvez essa não seja a modalidade mais correta de socorrer e compartilhar.
Talvez o mais correto e mais próximo do comportamento humano seja esperar que alguém não só peça, mas implore por um copo d´água. E será bem normal, e bem próximo do comportamento humano, esperar que a garganta de quem nos pede água já esteja quase ferida, de tanta sede.
Sabe por que?
Porque é assim que é normal.
É assim que o mundo gosta.
É assim que essa pessoa com sede quer ser tratada.
Pelo menos ela vai se lembrar que pediu. Que você fez porque ela pediu muito, porque ela necessitava muito.
Caso contrário, com o passar do tempo, quando ela morar perto de algum rio, ela ainda vai encontrar todos os defeitos na água que você lhe deu, vai dizer que o copo era sujo, e que a água nem era tão boa assim, e que você pode ficar com sua água e regar plantas, se você quiser.
O detalhe é que enquanto não morava perto do rio, ela sempre gostou de beber da sua água.
A propósito, veio ao meu pensamento a idéia de que é melhor não jogar fora o prato em que você comeu, porque pode sentir fome outra vez, e cadê o prato?
Então, cuspa, apenas.