O PROGRESSO MORAL AINDA NÃO CHEGOU!!!
O PROGRESSO MORAL AINDA NÃO CHEGOU!!!
O mundo gira em torno do seu eixo e se transporta na sua viagem anual em torno do astro-rei, e nós, pobres mortais que o habitamos, ficamos sempre na mesma. É interessante quando a gente acompanha o comportamento da humanidade e verifica que nada – nada mesmo – modifica o procedimento espúrio com que nos portamos em sociedade. Quando o momento devia ser de euforia, o transformamos em luta armada as metrralhas da razão; quando este mesmo momento deveria ser tempo de uma reflexão inteligente, usamo-lo pra atacar nosso semelhante, com vistas a tripudiar sobre seus imaginários erros; arrogamo-nos o direito de julgá-los e, quando poderíamos cumprir com a finalidade única para a qual nos enviou o Criador para este campo de expiação – a terra – não nos lembramos de usar esse tempo, meditando sobre o assunto; talvez o pior esteja acontecendo: a maioria dos espíritos que conduzem seus corpos pesados por este vale de lágrimas, nem sequer sabe a que vieram.
Pois vejamos. O futebol em todos os países é lazer que, entre outras coisas, serve para fazer esquecer, por momentos, os problemas com que o dia-a-dia nos atribula. Em finais do campeonato brasileiro, como acontece amiúde Brasil afora, mais uma vez em algumas cidades, se não me engano, no decorrer do jogo entre Botafogo e Fluminense ou outro qualquer que seja, não vem ao caso para a essência dos fatos, fizeram do divertimento motivo de fanatismo. Transformaram esse momento de euforia do povo nas arquibancadas, em campo de batalha armada, com quatro pessoas baleadas, dos quais um jovem foi a óbito no próprio local e os outros foram para o hospital em estado grave; as lamentáveis barbáries no Paraná, quando do rebaixamento do Coxa Branca, onde muitos foram parar na cadeia e o seu time punido com um longo período de perda de mando de campo. No âmbito político, homens discordam de homens. Só porque são oposição, não se animam a trabalhar juntos para discutir se este ou aquele projeto, sendo útil para à nação é proveitoso, também, para o povo e, assim, cumprir com a finalidade para a qual este mesmo povo os elegeu. E, vasculhando o noticiário nacional, outros barbarismos descobrimos, os quais estarrecem a qualquer pessoa que tenha bom senso.
Não seria melhor usar essa confraternização para aproximar e, num esforço individual/conjunto, tentar amar-se sem hostilização? Em vez de detonar a vida dos candidatos para ver se acham algum podre para atacar o adversário, por que não põem em evidência seus propósitos quando candidatos? Para isso, quem no passado trabalhou ou foi mais honesto, merecendo, por isso, o voto para mais um mandato, extraem dos anais da história o mais improvável erro da vida desse candidato para punir-lhe a reputação. E como – quem conta um conto aumenta um ponto – mil e uma situações são inventadas para difamá-lo, não se levando em conta pesar os prós e os contras, nem olhar sua própria ficha. Por agirem dessa forma denota que essa ficha não deve ser muito limpa e, o fato é eles terem medo de serem rejeitados pelos eleitores. Ao apontar esses erros, nem sequer se lembram que foram eles mesmos a corroborar para que a coisa que apontam como uma desclassificada situação dos seus adversários, também eles foram omissos no assunto, quando foi da sua responsabilidade saná-lo, através de reformas na legislação vigente. Por exemplo, a impunidade parlamentar e outras.
Poder-se-ia apontar centenas de situações em que o homem, estando envolvido em julgamentos para os quais não lhe foi outorgado o cargo de juiz, não olha para a sua retaguarda para descobrir que muitas coisas erradas lhe enfeitam os próprios rastros. Jesus disse: “vês um grão de pó na vista alheia e não vês o pedregulho que está na tua”.
Haja vista a finalidade primeira a que o homem foi mais uma vez reconduzido ao globo terrestre – o seu crescimento moral – só pensa no seu nato orgulho. A matéria tem prioridade e para ele, em ser humano, é o centro dessa matéria e, por isso, só ele, individualmente, merece todo o ouro e toda a honra e toda a glória, tendo os outros de curvar-se perante ele.
Isso, sob todos os aspectos, é sumamente lamentável para quem se debruça sobre o assunto para medir-lhe as conseqüências.