A Relatividade do Tempo
A relatividade do tempo é algo que me fascina muito.
O ontem pode ser que se foi agorinha ou se foi há muito em minha memória. Depende do que aconteceu.
Quando alguma coisa me chateia, nem me lembro que o ontem existiu, ele desaparece do meu arquivo mental, como se tivesse sido roubada, por uma parte levada de mim, que não gosta de perder energia com lembranças ruins.
Mas se ele foi um dia com a família, com um final de semana, um dia de festa, ou um dia que fiquei em casa folgando, brincando com minha nenê, parece que ainda está vivinho, fresquinho, dá até para tocar.
Já um minuto é muito tempo, uma eternidade para se lembrar de coisas ruins. Você revive aquela trágica história, sente aquela dor novamente. E tem gente que parece que gosta de sofrer. Prende a lembrança e fica presa nela, como num grande círculo vicioso, que martiriza, dói demais.
E têm outros que esquecem rapidinho as coisas boas, os erros próprios, os perdões recebidos, os auxílios inesperados vindos de quem jamais imaginava que receberia.
Tem gente que chega em casa depois de um dia de um final de semana de festa, senta no sofá, lembra que vai trabalhar na segunda e pensa: “que vida chata, monótona”.
É, tem gente que ainda busca razões para ser infeliz, numa vida que não se cansa de nos presentear com oportunidades e nos livrar de enrascadas.
Outros ficam sonhando com um dia que serão felizes, quando acharão a pessoa perfeita, o trabalho que não dá trabalho, a semana que tem quatro domingos e três feriados.
Vivem de ilusões, pensando no “amanhã”. Tudo está distante para eles, Pois só chega amanhã.
E vão sendo enganados pela ilusão do tempo, que em essência não existe, não passa, pois somos nós que passamos, diante da eternidade, seguindo nossa marcha para aonde nossos esforços próprios nos mandar.
Einstein que me perdoe a ousadia da brincadeira que fiz agora e cujo título é o nome de um trabalho seu. Agora não, há pouco, pois o agora já passou. E agora aquele agora está ainda mais distante deste agora. E vai estar ainda mais distante dependendo do agora em que você ler este texto.
Puxa, complicado este negócio de tempo.