Simplesmente vida

Difícil entender a Vida. Afinal, são muitos fatos.

O primeiro deles, talvez o mais visível, é que você está vivo. Tem consciência disso, sente a verdade. Sente fome, sente sede, sente sono. Fatos primários, que costumamos estar diante deles a qualquer instante.

Mas estes fatos, aliados com outros, mudam inteiramente a Vida humana. E o homem, queira ou não, se indaga. Já nem falo mais do velho e batido pensamento quem sou, de onde vim e para onde vou. É verdade que esta idéia é a mais forte do que muitas, mas talvez esteja sendo posta de lado quando valores diferentes se levantam.

O que é o amor, por exemplo? Os outros refinamentos não intelectuais, querendo ou não, você os encontra em cada passo do caminho. O amor pela música, pelas artes plásticas, pela literatura, e tantos outros que cansariam o leitor, que os conhece e sente.

Sentir a Vida correndo pelos pulsos, as batidas cardíacas mostram isso.

Mistério. Tudo mistério que por mais que tentemos, a gente não sabe explicar. Neste ponto, parece que tudo cessa. Estes fatos não necessitam explicação, basta poderem ser constatados.

Mas a curiosidade humana é grande demais para ser satisfeita com essas verificações. Quer ir além. Se estou escrevendo, porque faço isto? Vale à pena? Fernando Pessoa, no seu Mar Portuguez, é taxativo: “tudo vale a pena, se a alma não é pequena.” Como dizemos isto. Vai vulgarizar muito.

Sentimos prazer e dor. Segundo parece, ambos andam de mãos juntas, e que não podem se apartar.

Vamos seguir uma linha simples, por motivos pragmáticos. Acordamos. Fazemos nossa higiene. Passamos à mesa do café matinal. Há os que gostam de refeição ligeira, mas frugal, se é que isto é possível. Outros se limitam ao café que tudo perfuma, inclusive nossa alma.

Alma? O que é isto? Parece que caí na própria armadilha! Alma existe? Digo, o pensamento formado por uma complexa cadeia de neurônios, que pensa com exatidão, move a nossa Vida.

Ficamos só nisso? E quando toca aquela música que agrada profundamente, muitas vezes ao ponto de chorar? E quando sentimos a mão da amada segurando firme, demonstrando carinho, afeição, amor?

Tudo isso é simplesmente inacreditável, maravilhoso.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 20/12/2009
Código do texto: T1987258
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