2009

Mais um ano. Nestas horas sempre quer avaliar-se perdas e ganhos.

Não tem muito sentido, a vida corre todos os dias, o calendário é apenas uma necessidade, como o relógio.

Tudo bem durante o ano. Fui obrigado a debruçar em Celso Cunha e Lindley Cintra, Said Ali, Bechara. Não escrevo pouco. Sou obrigado a expressar o que penso em frases curtas, diretas e simples. Advogado tem o péssimo hábito de ser prolixo, cita, tem um vocabulário característico que não pode ser usado no jornalismo ou na literatura.

Tempo passado, felizmente. Trabalhei bastante, evoluí na medida do possível meus conhecimentos, não postei tolices, espero, enfim tudo caminhava nas margens do rio, quando em novembro perco meu único irmão, morte súbita. Então sinto minha pequenez e meu nada diante do Universo, da Terra, das ruas. Sinto meu nada diante de mim mesmo.

Mas não continuo com este assunto; o que falei basta.

Sigo escrevendo, talvez uma das poucas coisas que sei fazer sem dificuldade. Não contando com o meu forte lado de ator. Durante muitos anos exerci a advocacia criminal, mas exclusivamente no Tribunal do Júri, onde o advogado tem a obrigação de ser artista, ou quem paga é o cliente, o réu.

E o ano? Foi bom, considerando-se o golpe financeiro dado pelos bancos de investimento americanos. Quebradeira geral, medo no mercado, muita desonestidade sendo cometida em nome da crise. Alguns dizem que foi inventada para os empresários tomarem o dinheiro dos governos.

Até pode, e deve ter acontecido. Mas que houve um abalo nas finanças mundiais, sem dúvida que houve.

O ano termina morno, sem graça, calorento, sujeito a apagões e fuzis nas mãos de vagabundos.

Diz o povo que ano que vem isto passa, ou melhora...

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 11/12/2009
Código do texto: T1972648
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