O Sangue de Romeu

Que atire a primeira pedra quem nunca traiu ou foi traído.Nunca te vistes num bar, ou simplesmente de mãos dadas, caminhando na rua com o teu amor e ele dar uma olhadinha para aquela parte feminina que todo brasileiro repara?E quando teu companheiro compra a Playboy com a última Big Brother nua?Te sentes traída?E se ele piscar de canto de olho pra vizinha, sem tu veres, não é até pior?!E com aquele marido, que tu chegas de rompante numa bela tarde no escritório dele, jurando estar atarefado e dás de cara com a tela do computador dele repleta de fotos eróticas?E se alguém está contigo e tu pressupões que está distraído pensando em outra pessoa?Consideras-te traída até em pensamento?

Se sim, não irei dizer aqui que o problema "é teu".Te dou uma desculpa mais sofisticada: a causa da traição pode ser genética.Já é possível afirmar que tanto no amor como na paixão, as áreas ativadas são as mesmas.E uma vez que acionadas, liberam hormônios no sangue.Os neurocientistas e especialistas já detectaram aonde localizam-se no cérebro as áreas responsáveis pelo apego e pela fidelidade.E tanto no amor como na paixão, as áreas afetadas são as mesmas e trazem dois hormônios.

Pense:existe um hormônio responsável pelo sentimento forte que te toca quando beijas ou abraças alguém.Agora, pense melhor:existe um outro, liberado durante o ato sexual, o qual já pode determinar as chances de um casal dar certo ou não.O cupido moderno atende pelo frio nome de vasopressina.Não seria melhor, sei lá, o nome de um anjo?Ou até mesmo "querido cupido"?Só para ficar mais íntimo...

Mas se o afeto humano é inconsciente, como tantas outras coisas, seria ele mensurável a ponto de determinarmos, por exemplo"Oh, aquela tem 1% de afeto?"Ou , por outro exemplo do inconsciente"Aquele lá está com grau 9,5de sede.!!!Ele está no deserto do Saara?!!!"Impossível medir.

Para muitos, fidelidade é sinônimo de amor próspero.Consiste em nada mais do que conseguir tudo o que queremos(fazendo com amor ou conquistando)indo à luta.E todos querem garantias...Mas o que posso deixar de fazer dentro daquilo que posso fazer?Seria abrir mão?Não, pois ao abrir mão, negamos a nossa vontade, e seguindo minha linha de pensamento, nesse texto, se há vontade, para muitos, há traição.

Aquela do pensamento...

Há um Senhor, Larry Young, da Geórgia, que diz ser possível, através de seus estudos, desenvolver pílulas capazes de facilitar a procura por um amor.

Estaríamos de frente à pílula do amor? E aqui não penso em ecstasys e afins.

Amores são inspiradores.

"Criam" poemas, obras de arte, revelam sussuros e até movem montanhas.è um vínculo tão importante que, quando dois olhares encontram-se, um ser valida o outro.O confirma ainda mais como humano.Sem obrigação nenhuma.Sem peso.Com a leveza de amar.Mas o amor em excesso causou muitas fatalidades, para não dizer desastres.Quem se habilitaria a tomar a pílula do amor?Eu já ouvi respostas variadas, mas a melhor é a que argumenta que, se for com o intuito de aperfeiçoar o relacionamento, tomaria uma por dia no café da manhã!Gerando mais amor, Judas teria entregue Cristo pelas trinta moedas de prata?E certamente, na tragédia escrita por Shakespeare, onde o amor é levado à ultima conseqüência(a morte), Julieta não morreria mais por seu Romeu.Seguiria amando?E as Julietas de hoje?Frente a um teste de fidelidade, o que diriam?Constatando que pelo sangue o cara pode ser infiel, ela diria:"Por esse não vale à pena morrer".

A pretensiosa dirá:"Eu já sabia!".

E se for uma julieta bem esclarecida, dirá:"Eu posso recusá-lo.Conheço seu sangue muito bem.A ele,...nada devo."

Gabriel Colombo
Enviado por Gabriel Colombo em 10/12/2009
Código do texto: T1971390
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