VOCÊ ESTÁ UMA JACA!



Tina recebeu um telefonema de sua prima Flora e ficou super entusiasmada com o amor. Flora estava amando e mesmo caindo de nuvens ela estava feliz. Tina resolveu que ela também era filha de Deus e decidiu-se por encontrar com seu fã da internet.
Bom, o fã já tinha lhe mandado uma foto e ele era fofinho! Um fofinho lindo! Ela ficou morta de felicidade quando recebeu a foto. Mas de jeito nenhum que mandaria uma sua! Ainda mais que não sabia das verdadeiras intenções do belo.

Só que depois do telefonema de Flora lá da nuvem nove, Tina não parava de pensar em um novo amor. Decidiu que iria enviar uma foto. Correu no espelho! Sorrindo seu rosto até que ia. Engraçado é que uma linha enorme de ruga que tinha na testa parecia ter diminuído. Meu Deus! Tinha engordado! A gordurinha na cara esticou a ruga! Olhou para o resto do corpo e ouviu do próprio espelho:
- Você está uma jaca!

Com uma cara de bruxa desencantada pronta para quebrar o espelho, ela engoliu em seco. Em toda história da sua vida nunca um espelho tinha sido tão cruel. – Maldito. Como foi deixar isto acontecer comigo?! Por que antes de me transformar numa jaca, não me chamou de manguinha?! Um aviso a tempo e eu teria tomado providências!

Tina custou a entrar dentro da sua roupa de fazer caminhada que desconhecia a sensação de ser usada. Lá fora a raiva não se dissolvia ao fim do sol da tarde. Seus passou arrastavam o corpo lhe provando que o espelho não tinha exagerado. Devia mesmo estar uma jaca! Quando passou em frente a uma sorveteria com o nome de Kisabor achou que no mundo ela não era a única idiota e se não se livrasse da sensação de estar jaca nunca o belo lhe levaria sequer num SE ki sabe. Se bem que caso ele pensasse em lhe levar com toda sua inteligência a um SE KI SABE, ele não sobreviveria a nenhuma outra levada para lugar nenhum, mulher nenhuma.

Mas lembrando-se da nuvem de Flora, Tina apertou os passou e começou a transpirar. Se fizesse aquilo todo dia dentro de um mês já poderia bater uma foto manguinha espada e enviar para o fofo. E pensar numa nuvem sete já estava de bom tamanho. Bastaria ter a foto dele em mente que ela caminharia todo dia. Ninguém poderia dizer que o amor não produz efeitos.

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 02/12/2009
Reeditado em 02/12/2009
Código do texto: T1955842
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