O QUE OS GRANDES FILÓSOFOS NOS DEIXARAM?

Muitas colocações e ensinamentos graças aos seus sensos de observação e estudos mais apurados que os de seus contemporâneos.

Exemplos destes ditos de épocas distintas e extraídas do livro “O LIVRO DA CITAÇÕES” de Eduardo Giannetti editado pela Cia. Das Letras, para analisarmos em largos traços a história afetiva da humanidade:

IV A.C – Aristóteles : “A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

IV A.C.- Platão: “Em cada um de nós, mesmo naqueles que parecem mais respeitáveis, existem desejos, terríveis em seu indomável desgoverno, que se revela por meio dos sonhos.”

II D.C. – Epiteto: “Eles falam mal de mim? Ah, se me conhecessem como eu me conheço”

1511 – Erasmo de Rotterdam: “Pode um homem que odeia a si próprio amar alguém?”

1641 – Pe. Antonio Vieria: “Quereis só o que podeis, e sereis onipotentes”

1662 – Pascal: “Nem ao homem mais imparcial do mundo é permitido que se torne juiz em seu próprio caso”
1665 - Rochefoucald: “Estamos tão acostumados a nos esconder dos outros que terminamos nos escondendo de nós mesmos.”
1726 – Joseph Butler: “Não há nada com relação ao caráter dos homens que seja mais surpreendente ou inexplicável do que esta parcialidade a favor de si próprios que se observa em muitos deles.”
1782 Rousseau:”Aprendi com base em minha própria experiência que a fonte da felicidade reside dentro de nós e que não está no poder dos homens fazer com que fique realmente desgostosa uma pessoa determinada a ser feliz.”
1864 – Dostoievski: “Há coisas que um homem teme revelar até para si mesmos.”

1881 – Nietzsche: “Como é inseguro o terreno em que repousam as nossas alianças e amizades; como é isolado cada ser humano!”

2002 – Thomas Nagel: “Há muito mais coisas acontecendo todo o tempo dentro de nós do que estamos dispostos a expressar.”

Como vemos se a humanidade tivesse dado mais atenção aos diversos filósofos e pensadores com certeza teríamos tido uma vida melhor.

Mas a história da humanidade não foi feita pelos ditos dos filósofos, infelizmente, mas sim pelos senhores da guerra onde sempre prevaleceu o interesse da conquista, antes de novas terras pelos países, e hoje, a nível individual, o de aquisição de bens e prazeres materiais.

Este se tornou a grande finalidade da vida da maioria absoluta da humanidade: a aquisição de bens materiais.

As falas dos filósofos são apenas um adorno na história humana e que não deixa de nos dar uma melancolia e senso de impotência em face dos seus ditos que nunca foram aproveitados no campo prático.

A humanidade sempre esteve perto de conceitos que, uma vez usados, teriam nos dados frutos que hoje poderíamos estar usufruindo, mas não, este nunca foi o interesse dela como um todo.

Assim os filósofos foram pregadores de palavras para ouvintes áridos e surdos para esta escuta nos seus devidos tempos.

O interessante é que eles sempre foram estudados e são sempre repetidos como um enfeite para alguma tese ou escritos. É nisto que eles se tornaram.

Foram grandes analistas e observadores da vida e que iguais a lanternas perdidas em alto mar procuraram conseguir para as suas vidas e seus contemporâneos aquilo que toda a humanidade deveria ter seguido como objetivo.

Vemos pelas suas falas que a humanidade sempre foi a mesma e que só evoluiu na técnica e nas máquinas que aprimoraram estes prazeres, mas que animicamente ou emocionalmente continuaram estancados desde antes, assim como depois, do “Crucificai-o, Crucificai-o”.

Ela não evoluiu emocionalmente.

O ser humano continua o mesmo egoísta, só plantando violências, traições, desamores, mesmo que só em pensamentos e, por outro lado falando cada vez mais de paz enquanto o mundo vai se destruindo à sua volta.

A falta de caminhos éticos e espirituais verdadeiros faz com que todos se agarrem na falsa e ilusória segurança que a aquisição dos bens materiais possa dar, mas não adianta, quanto mais tem mais vai querer e isto se torna num frenesi sem fim e a verdadeira paz nunca vem.

Se as necessidades básicas já estivessem garantidas como moradia, educação, acesso à cultura e principalmente a segurança de estar assistido por um bom plano de saúde, já deveria deixar todos bastante tranqüilos para que se desenvolvessem em outros campos, mas a luta que começa pela aquisição destes serviços acaba se perpetuando cada vez mais, mesmo depois de estes já estarem fartamente supridos, e isto cria uma sociedade insaciável.

A partir destas necessidades supridas deveria haver uma continuidade na educação que levasse os cidadãos a, apesar de continuarem evoluindo nos seus bens e desejos, começassem também a ter uma consciência social com relação ao seu meio e à coletividade à volta, assim como ao meio ambiente.

Isto traria benefícios a todos e não precisaríamos ficar presos dentro dos nossos muros como prisioneiros.

A frenesi do acumulo exagerado de bens é o mote da maioria dos cidadãos do mundo, ao contrário do que sempre nos falaram os filósofos e que criou este mundo egoísta, desumano e sem nenhuma vida espiritual (não digo religiosa) em que vivemos.


"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo" Roselis von Sass -
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