A SUAVIDADE DA PAZ

Muitas vezes o conforto afetivo que esperamos receber, não nos é oferecido pela presença física do ser que estimamos ou amamos; porem mediante sua presença em espírito, por meio da compreensão e da aceitação de uma paz harmoniosa que é só nossa, mas que quase sempre, pelo apego as nossas angustias, nós não conseguimos sequer ao longo de uma vida, diferenciar nem mesmo o doce do amargo, embora nos aventuremos a determinar o que vem a ser o bem e o que vem a ser o mal nos sentindo onisciente e onipresente para julgarmos os outros. Logo, não usufruímos dessa paz harmoniosa como uma confirmação espiritual e de certo modo, uma benevolência divina, que deveria servir-nos como um benefício ao nosso próprio conforto espiritual.

Não sei se me é facultável tentar explicar essa façanha extremosa de se estar presente mesmo sem se estar. Mas creia, a mensagem maior nos é passada pela ligação de sentimentos, de ternura, de paz e cumplicidade, que se deixa transbordar na leveza da alma por via da mente humana em rios de bons desejos, que acabam por desaguar no outro, especialmente em seus conturbados momentos.

Quão difícil é tentar ser bom, o homem nasceu predestinado a ser bom, mas o próprio homem teceu as regras de convivência consigo mesmo e terminou por engendrar-se em sua própria teia. Deus não determinou um caminho para ninguém, foi o próprio homem quem tomou para si a liberdade de ver com os seus próprios olhos todas as facetas do mundo. Mas quando os erros são acometidos, quando as coisas não saem como o esperado, a culpa não é do homem, mas de Deus. O Deus que não viu, O Deus que não ajudou. Foi Ele quem permitiu que um seu filho viesse a sofrer barbaridade. E assim vamos colocando a culpa no bem e no mal, no feio e no bonito, no doce e no amargo da vida.

Deixe simplesmente que as águas desse Rio lhe envolvam em uma suavidade harmoniosa de silêncio e paz. “Tudo passará”, e por certo as angustias físicas e espirituais também passarão.

Deixe-se envolver pela vontade que estimula a sua aproximação com o seu ser mais íntimo, mais puro, que é o amor de verdade, Deus, brotando da disponibilidade espiritual para o incondicional amor.

Mantenha sempre viva a esperança de que você transporá todas as barreiras e vencerá todas as batalhas que se apresentem em sua caminhada terrena; e, que a sua vida seja tão promissora e elevada que nada do que estejas ou venhas a passar, possa ser comparado com os desígnios escritos para o seu futuro.

A suavidade da paz interior, só pode ser explicada por quem se deixa senti-la bem no fundo de sua alma, só pode vivenciá-la quem se permite viver nessa paz, através das pequenas coisas que foram criadas para nós, os seres humanos, muito embora, o homem quase sempre as relegue ao segundo plano.

Que Deus cuide de você, seu filho, sua filha mais queridos, agora e para todo o sempre, nessa paz maior que é o amor livre e despreocupado, com o passado e o futuro, mas de imensurável intensidade no presente; fiel ao desapego da glória e do poder dos homens, pelas fatais banalidades da vida.

Que a suavidade da paz seja perene em nossos caminhos.

Rio, 11/11/2009

Feitosa dos Santos