Não meta a colher (EC)
Não meta a colher menina
Onde não fores chamada.
Não sejas assim, traquina
Ou dou-te uma chinelada.
Esforçando-me para não roer a corda e participar do desafio, até agora a única coisa que consegui fazer foi essa quadra. Aceitar desafios literários e tentar cumpri-los muitas vezes se torna bem difícil. Desta vez por exemplo não estou conseguindo ser nada criativa. Não consigo também me lembrar de nenhuma história que eu possa transformar em um texto de humor , como pensei a princípio. Só vem a minha cabeça o ditado em briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher, com o qual eu absolutamente não concordo. Se a briga extrapolar o ambiente doméstico é preciso sim meter a colher seja chamando a polícia, em caso de violência, ou mandando os dois calarem a boca, pois se não querem que ninguém se meta não façam barulho ao brigar nem briguem fora da intimidade. Não há coisa pior do que estar junto a casais que brigam e de uma forma ou de outra eu me meto, pois se estou presente me torno ausente, saindo do ambiente. Mas só faço isso porque tenho medo de ficar perto e acabar entrando na briga porque todo mundo sabe que se não se deve meter a colher nesses casos é porque o demônio já meteu o garfo e pode sobrar garfada para o intrometido. E depois, como é que eu fico? De cara grande quando os dois logo, logo voltam as boas.
Mas existem muitas outras situações em que somos levados ou não a meter a colher. Por exemplo: quando você passa pela cozinha e vê um panelão de doces apurando no fogão e logo vai metendo a colher. É claro que o castigo logo virá seja pelo grito que vai ouvir ou porque vai queimar a boca e você mesmo vai gritar. E isso fez com que finalmente me lembrasse de meus tempos de criança na cozinha da casa de minha avó.
Na panela da cozinha
Eu meti minha colher
Ficou brava a avozinha
E me pos para correr.
Eu sai logo correndo
Com medo do chinelão
Vou ver logo se aprendo
A controlar minha mão.
Mas o doce era tão bom
Que eu não pude resistir
Esperar virar bombom
E quis logo engolir.
Castigo veio a cavalo
Pois minha boca queimei
E logo senti o entalo
E o doce eu vomitei.